Professora lidera primeira diretriz para tratamento de hemofilia

Trabalho envolveu um grupo de 14 especialistas e foi publicado pelo ISTH


05 de julho de 2024 - , ,


A professora Suely Rezende, do Departamento de Clínica Médica (CLM) da Faculdade de Medicina da UFMG, liderou um grupo com 14 especialistas mundiais em hemofilia em uma iniciativa da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), principal organização médico-científica internacional dedicada a promover a compreensão, prevenção, diagnóstico e tratamento de condições relacionadas à trombose e hemostasia. Esta é a primeira diretriz de prática clínica utilizando a metodologia GRADE para o tratamento da hemofilia congênita A e B.

A hemofilia, um distúrbio hemorrágico raro resultante de deficiências nos fatores de coagulação sanguínea, afeta centenas de milhares de indivíduos em todo o mundo e exige estratégias de manejo complexas. Sendo a primeira diretriz baseada na abordagem de Avaliação, Desenvolvimento e Classificação de Recomendações (GRADE), ela fornece uma estrutura de tomada de decisão rigorosa e estruturada para médicos, profissionais de saúde, pacientes e seus cuidadores.

O objetivo desta diretriz é oferecer uma visão abrangente das evidências na tomada de decisões informadas sobre o tratamento. Desenvolvido ao longo de vários anos, o ISTH reuniu um painel multidisciplinar composto por médicos e representantes de pacientes com representação global, equilibrado para mitigar potenciais preconceitos. Este painel diversificado priorizou questões clínicas importantes e resultados cruciais para médicos e pacientes.

As recomendações foram submetidas a análises rigorosas, incluindo comentários públicos, garantindo abrangência, transparência e inclusão.

O ponto culminante deste esforço é um conjunto de 13 recomendações, abordando aspectos críticos do tratamento da hemofilia A e B. Eles são acompanhados por extensas observações que fornecem contexto adicional e orientação para interpretação e implementação.

Entre estas recomendações, fortes apoios defendem o tratamento profilático em vez de intervenções episódicas para hemofilia A e B grave e moderadamente grave, sublinhando uma mudança de paradigma na prática clínica.

Reconhecendo que a hemofilia é uma doença rara e complexa que representa desafios para o desenvolvimento e implementação de diretrizes, a nova diretriz contribui com informações valiosas sobre o cenário em evolução do tratamento da hemofilia. Ilustra e enfatiza a importância do envolvimento do paciente e da tomada de decisão compartilhada nas decisões de tratamento, e defende escolhas terapêuticas individuais e situacionais. Além disso, a diretriz aborda lacunas importantes nos dados científicos e identifica prioridades críticas de investigação.

“Como o manejo da hemofilia é complexo, nossas diretrizes fornecem clareza, orientando as decisões de tratamento com informações baseadas em evidências, mas destacando a importância de tomar decisões de tratamento consistentes com os riscos, valores e preferências individuais dos pacientes”, afirmou a professora Suely Rezende. “Nosso esforço colaborativo produziu um roteiro para otimizar o atendimento ao paciente, estabelecendo um novo padrão nas diretrizes de tratamento da hemofilia”.

Para obter mais informações, acessar a diretriz completa e ler todos os três comentários correspondentes, visite https://www.isth.org/page/hemophiliaguideline


Com informações do ISTH Congress Daily News