Jovens apresentam comportamentos de risco para DCNT 21% maior que idosos, afirma estudo

Pesquisa destaca a relação entre comportamentos de risco e presença de múltiplos fatores associados a doenças crônicas não transmissíveis em jovens adultos de 18 a 34 anos


24 de maio de 2023


Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são condições de saúde que possuem uma longa duração e são resultantes de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. As mais comuns incluem doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias crônicas e obesidade. Grande parte da sua ocorrência está relacionada com fatores comportamentais e o acúmulo de hábitos de risco, como o consumo abusivo de álcool, consumo regular de bebidas açucaradas, tabagismo, má alimentação e falta de atividades físicas no dia a dia. Relacionadas com a morte prematura, as doenças crônicas não transmissíveis ainda podem gerar perda da qualidade de vida saudável e efeitos econômicos substanciais em todo o mundo. 

Um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da UFMG, analisou as tendências temporais dos comportamentos de risco relacionados às DCNT no Brasil, e revelou uma estagnação alarmante na realização de múltiplos comportamentos de risco dos brasileiros entre 2009 e 2019. Os resultados da pesquisa realizada pela doutoranda em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, Thaís Cristina Marquezine Caldeira, publicados recentemente na renomada revista científica, Preventing Chronic Disease do CDC, reforçam a preocupante situação de saúde pública no país.

De modo geral, costumam afetar a população mais velha, isso em decorrência do envelhecimento biológico. Porém, dados da referida pesquisa, indicam um aumento de casos em pessoas mais jovens, se relacionando, principalmente, pelos maus hábitos de alimentação e cuidados com a saúde. De acordo com o estudo, adultos jovens (de 18 a 34 anos) apresentam um acúmulo de comportamento de risco para DCNT 21% maior do que idosos com 60 anos ou mais.

Fatores de risco

De acordo com a pesquisa, os comportamentos de risco que mais contribuíram para a coexistência das DCNT foram tabagismo, consumo de bebidas açucaradas e consumo abusivo de álcool. Observa-se que a coexistência desses comportamentos é maior entre os homens do que entre as mulheres, e está inversamente associada à faixa etária e anos de escolaridade. Inclusive, estima-se que mais de 40% da população realiza pelo menos dois desses comportamentos de risco ao mesmo tempo.

Tratamento e prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, quase 60 milhões de brasileiros possuem pelo menos uma doença crônica não transmissível. Problemas como a diabetes, doenças do coração, cânceres, doenças respiratórias crônicas e obesidade, provocam em torno de 72% de óbitos no país. Diante de dados tão alarmantes, a prevenção e o tratamento adequado são de extrema importância, não só para a população enferma, mas também para a não sobrecarga do sistema de saúde. Os cuidados podem ser tomados com acompanhamento de profissionais, uso de medicamentos, quando necessários, e mudanças nos hábitos de vida.

A diminuição ou eliminação desses comportamentos do cotidiano, pode ser considerada a melhor forma de prevenção e um grande aliado aos tratamentos das DCNT. Essas doenças podem ser prevenidas ou controladas por meio de mudanças de estilo de vida saudáveis, além da busca por cuidados médicos adequados.Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina da UFMG