Mães da comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina defendem redes de apoio e superação da culpa materna
Evento trouxe relatos e troca de experiências.
04 de maio de 2022
A Diretoria da Faculdade de Medicina da UFMG promoveu uma roda de conversa sobre as diversas faces da maternidade, em que mães da comunidade puderam dar seus relatos, debater sobre as redes de apoio e pensar a relação da experiência pessoal e social com o trabalho.
Além da diretora da Faculdade, Alamanda Kfoury, e da vice-diretora, Cristina Alvim, participaram da roda as professoras do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia (GOB), Sara de Pinho; do Departamento de Pediatria (PED), Paula Valladares e Fernanda Minafra; a servidora do Departamento Oftalmologia e Otorrinolaringologia (OFT), Paula Hott Lacerda; e a professora da Escola de Enfermagem, Teresa Kurimoto.
A professora Alamanda defendeu as várias formas de ser mãe. “Ser mãe não é apenas um vínculo biológico. Muitas vezes somos mães de sobrinhos, de netos. Esse é um espaço para todas as mães da Faculdade serem acolhidas”, disse.
A superação da celebração romântica do dia das mães foi tema da fala da professora Cristina Alvim. “Precisamos falar das nossas alegrias e das nossas dores. Principalmente sobre a relação da maternidade com o trabalho, que muitas vezes nos afeta profundamente”, afirmou.
Na roda de conversa, a professora Teresa Kurimoto observou que o espaço de acolhimento para mães é algo incomum nas Universidades. “Maternar é plural, sendo sempre uma experiência singular. Nenhuma teoria dá conta de explicar o que é a maternidade para uma pessoa ou para a sociedade. Gerar alguém é potente e pesado ao mesmo tempo. Nada é como antes”, definiu. “Parir é uma experiência radical de separação e, depois, vem um processo de desinvestimento da mãe sobre si mesma, que pode ser maior ou menor em cada caso”, seguiu.
Entre as participantes da roda, professoras e técnicas deram seus relatos. Ao fim, o espaço foi aberto para participantes do evento.
A professora Sarah de Pinho contou sobre sua experiência de maternidade durante o doutorado nos Estados Unidos e a rede de apoio que encontrou ao voltar ao Brasil. Ela também observou que a maternagem perfeita não existe. Na sequência, a professora Paula Guerra contou como foi importante o apoio dos colegas do trabalho – outras mães ou não – durante diversos momentos.
A servidora Paula Lacerda falou da dicotomia entre a exaustão e a felicidade na sua experiência de maternidade durante a pandemia de covid-19. Por fim, a professora Fernanda Minafra defendeu a construção de redes de apoio, observando ser aquela a primeira vez em que esteve em um espaço de reunião com mães no trabalho.
A roda de conversa marcou o início da exposição Nossas Mães, que está disponível no hall de entrada da Faculdade de Medicina até o dia 18 de maio.
As fotos retratam mães da comunidade acadêmica com seus filhos. As imagens foram enviadas para o Centro de Comunicação Social (CCS), que organizou a exposição junto à Diretoria e à Gestão de Pessoas.