Mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas por telemedicina no Brasil entre 2020 e 2021

Formato de atendimento médico à distância se popularizou na pandemia; entenda como são feitas as teleconsultas no país


25 de julho de 2022 - , , ,


Com a pandemia da Covid-19, os atendimentos médicos virtuais se popularizaram. Entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas por telemedicina, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital.

Nesse período, o uso da tecnologia se tornou uma alternativa ao atendimento presencial para diminuir o risco de contaminação pelo coronavírus dentro das unidades de saúde. Para além da pandemia, os serviços de teleconsultas ainda se destacam pela facilidade de acesso aos atendimentos médicos.

“A telessaúde pode salvar vidas. Porque você pode estar em um lugar muito distante, sem a possibilidade de um atendimento médico presencial, e ter uma consulta por meio da telemedicina, que pode resolver o problema ou indicar que tipo de profissional procurar e qual a urgência”, afirma a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Rosália Morais Torres, convidada do podcast “Saúde com Ciência” desta semana.

Telessaúde: “processo para monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames”. (Fonte: IPEA)

Telemedicina: é uma área específica da telessaúde. “Exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde”. (Fonte: Lei nº 13.989/20)

Como funciona uma teleconsulta?

Na teleconsulta, o médico interage com o paciente à distância, geralmente por meio de videoconferência. Por isso, é necessário que ambos possuam equipamentos que permitam a comunicação, como computador, câmera e microfone.

A consulta acontece da mesma forma como um atendimento presencial. “O médico deve ser muito criterioso ao fazer a história clínica do paciente. A partir daí, ele pode fazer o diagnóstico pelas informações que são dadas pelo paciente e pelos exames que ele pode ter acesso, como raio-X e ultrassom”, afirma Rosália Morais Torres

Geralmente esse processo é suficiente. Mas o médico pode, dependendo do caso, dizer que a teleconsulta não é apropriada para o caso e indicar que o paciente procure um atendimento presencial, a fim de fazer um exame físico.

O acesso às teleconsultas pelo SUS varia dependendo do município e do estado em que o paciente vive. Por isso, se você quiser ser atendido por um médico por meio da teleconsulta, procure uma Unidade Básica de Saúde para mais informações. 

A professora ainda revela que já é possível examinar o paciente à distância. Direcionar a câmera para sinais no corpo, como lesões de pele, é uma das alternativas para que o especialista analise os sintomas.

“A pessoa pode, por exemplo, ter uma dor nas costas, e o médico pedir para ela se levantar e fazer alguns movimentos, que podem auxiliar no diagnóstico. Então, temos maneiras de contornar esse problema dependendo da queixa”, exemplifica Rosália. Outra opção que também pode facilitar o diagnóstico à distância é ter acesso a alguns equipamentos, como termômetros, aparelhos para medir pressão arterial e oxímetros.

Ainda de acordo com a especialista, para ampliar ainda mais o acesso às teleconsultas, é necessário capacitar os profissionais da saúde e ter investimentos. “Ter computadores com os requisitos necessários para que as pessoas façam as teleconsultas é imprescindível”, conclui.

Saúde com Ciência

O programa de rádio e podcast Saúde com Ciência desta semana aborda sobre os avanços da telessaúde no Brasil e como as consultas virtuais são feitas.

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.