Medicina busca voluntários para entender efeitos da quimioterapia no cérebro


26 de março de 2025 - ,


A ciência precisa de você para compreender se a quimioterapia pode causar mudanças no funcionamento do cérebro e qual o papel da inflamação nesse processo – Image by freepik

A quimioterapia pode mexer com a memória, atenção e concentração. Chamado chemobrain, esse efeito colateral do tratamento oncológico afeta a qualidade de vida das pessoas que o enfrentam. Para reverter isso, o CTMM da Medicina busca voluntários para entender efeitos da quimioterapia no cérebro, como isso acontece e como proporcionar mais qualidade de vida a esses pacientes. Se você é adulto, pode ajudar a encontrar as respostas! 

O Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável e o Grupo Fleury/Instituto Hermes Pardini, está convidando pessoas interessadas em participar de uma pesquisa que pode ajudar a ciência a compreender o efeito da quimioterapia sobre o cérebro.

Os participantes precisam ser adultos, entre 18 e 59 anos, ter previsão de início do primeiro tratamento com quimioterapia e disponibilidade para avaliações presenciais em Belo Horizonte. Os voluntários que aceitarem participar serão devidamente esclarecidos sobre todos os passos e fases do estudo. O processo inclui ser entrevistado por profissionais de saúde e realizar uma série de exames, incluindo avançados procedimentos de imagem, de alta capacidade diagnóstica, que serão realizados também pelo Grupo Fleury, no Instituto Hermes Pardini.

Segundo o coordenador da pesquisa, o psiquiatra e neurocientista Marco Aurélio Romano-Silva, o objetivo é fazer o acompanhamento clínico de um grupo de pessoas para entender se a quimioterapia pode causar mudanças no funcionamento do cérebro e se, além disso, a inflamação tem algo a ver com isso.  

“Descobrir o mecanismo desse processo vai permitir que nós, médicos, e todos os outros profissionais da saúde envolvidos no tratamento oncológico possamos desenvolver novas ferramentas para tornar a qualidade de vida dos pacientes ainda melhor. De tal sorte que nos permita tornar este tratamento, importantíssimo para a saúde pública, cada vez mais humanizado”, afirma Romano-Silva. 

Qual a importância disso?

Estima-se que entre 17% e 75% dos pacientes com câncer enfrentam problemas com a memória, atenção e concentração durante ou após a quimioterapia. Para alguns, os efeitos são passageiros, mas, para outros, podem durar anos. 

O problema é que, até agora, ninguém sabe ao certo como isso acontece. Além disso, não existem critérios objetivos e nem marcadores biológicos que permitam prever ou interpretar o comprometimento cognitivo induzido pela quimioterapia.

Os cientistas acreditam na possibilidade de que a quimioterapia possa ativar de forma exagerada as células da glia. Essas células têm a função de envolver e nutrir os neurônios. Entretanto, esse desarranjo poderia liberar substâncias inflamatórias que afetam a função dos neurônios. Mas, faltam conhecimentos para confirmar essa evidência e torná-la aplicável. Por isso o CTMM da Medicina busca voluntários para entender efeitos da quimioterapia no cérebro.

A pesquisa segue todas as diretrizes científicas e éticas nacionais e internacionais. Em outras palavras, o participante tem todas as garantias de respeito à sua vontade, manutenção do sigilo e da privacidade, dentre outros aspectos. E, isso, durante todas as fases da pesquisa.

O Centro de Tecnologia em Medicina Molecular

Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina da UFMG tem, certamente, o compromisso de pesquisar, promover o desenvolvimento social, e fomentar ações de extensão. De tal forma que, leva em conta os saberes e fazeres populares e garante os valores democráticos de igualdade de direitos, respeito à pessoa e sustentabilidade ambiental e social.

O NeuroTec-R

Sediado no CTMM, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (NeuroTec-R), em primeiro lugar é uma rede de pesquisa sobre o cérebro e o desenvolvimento responsável.

Em síntese, reúne pesquisadores de várias regiões do Brasil e de outros países integram este projeto financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ao mesmo tempo, tem reconhecido seu alto padrão tecnológico e científico, por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.

Para participar

  • Quem pode?
  • Adultos, com idade entre 18 e 59 anos
  • Com previsão de início do primeiro tratamento com quimioterapia
  • Disponibilidade para avaliações presenciais em Belo Horizonte
  • Quem não pode?
  • Quem já fez quimioterapia
  • Está em tratamento ou proposta de radioterapia
  • Tem câncer no cérebro ou metástases cerebrais
  • Com diagnóstico de doenças neurológicas ou distúrbios cognitivos

Mais informações e inscrições:

imagemolecular@gmail.com
Whatsapp: (31) 99723 4160


Marcus Vinicius dos Santos – Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM)