Mentoring na formação médica


24 de junho de 2008


A próxima reunião do grupo de Tutoria da Faculdade de Medicina será na primeira semana de agosto. Um dos principais pontos de pauta será aprimorar e readequar o modelo adotado na UFMG para a atividade de apoio aos estudantes de Medicina, oferecida em módulo vinculado à disciplina Prática de Saúde B, do 5° período.

Também serão analisadas as perspectivas para o próximo semestre. Um dos sub-projetos sendo desenvolvidos, busca formas de se avaliar a iniciativa.

Em recente visita à UFMG, a professora Patrícia Lacerda Bellodi, coordenadora técnica do Programa Tutores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explicou aos professores da UFMG como funciona a estrutura adotada em sua universidade, objetivos, seleção e treinamento de tutores. Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Bellodi é membro do Centro de Desenvolvimento em Educação Médica.

A convite do Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade, ela apresentou a experiência de sua Instituição e analisou a importância da avaliação e da constante reflexão sobre a atividade para a elevação da qualidade da formação em Medicina.

“Desejo que o Mentoring faça parte da cultura de mais e mais escolas brasileiras! Senti que a UFMG pode ser uma “irmã de fé” da FM-USP!”, declarou em breve entrevista sobre o tema. Acompanhe.

ENTREVISTA

Professora Patrícia Bellodi, por que Mentoring, em inglês?
A palavra Mentoring é derivada do personagem Mentor, da Odisséia – aquele sábio amigo de Ulisses que ajuda seu filho Telêmaco a ir em busca de notícias do pai (indicando a passagem do jovem para a vida adulta).

Temos assim uma relação de mentoring sempre que alguém experiente dá suporte a um iniciante na jornada entre um estágio e outro da vida. Infelizmente, a palavra Mentoring não encontra correspondência em Português, embora os termos mentor e mentorear existam.

Tem sido assim usada a palavra Tutoria, causando várias confusões. Mentor conjuga o verbo orientar e Tutor conjuga o verbo ensinar, no sentido estrito.

Quais os benefícios que o estudante pode ter com esse acompanhamento?

Essencialmente suporte pessoal e profissional durante o seu vir-a-ser médico: troca de experiências, ampliação de amizades, conhecimento do curso como um todo, aumento da motivação, entre outros.

Qual a principal conclusão que a Sra. chega após o Workshop?
Que há professores de Medicina e outros profissionais de fato interessados e comprometidos com esse aspecto do ensino: o cuidar da pessoa do aluno.

O que a Faculdade de Medicina da UFMG precisa compreender para desenvolver um programa de tutores eficaz e importante na formação do futuro médico?
Penso que é fundamental a compreensão de dois aspectos:
1. o mentoring é uma relação entre pessoas e, portanto, sujeita a tudo “o que é humano nas relações”: encontros e desencontros.
2. mesmo que não haja garantias de encontro para todos, o mentoring, compreendido como programa institucional, deve ter uma infra-estrutura muito bem montada.

Histórico da Tutoria na Medicina
A Faculdade de Medicina da UFMG foi uma das primeiras Universidades do Brasil a desenvolver um projeto de “Tutoragem” de seus estudantes. Em 1983, a professora Clara Feldman já propunha este trabalho, que teve o apoio de diversos profissionais, de diversas instituições e universidades. Acesse o site.

Leia mais
Encontro tutoria – Mentoring na formação médica – 10 de junho de 2008
Professor vai conhecer Tutoria para apoiar estudante – 31 de outubro de 2007

Leia também

Programa de Tutores da FM-USP

Redação: Marcus Vinicius dos Santos – Jornalista
Foto: Gilmar Fidelis – Co-coordenador do Mentoring FM-UFMG