Ministério da Saúde reconhecerá profissional formado em Tecnologia em Radiologia

Documento define diretrizes para atuação do profissional formado no curso

Reconhecimento do Tecnólogo em Radiologia estabelece direitos e deveres na atuação do profissional. Foto: Bruna Carvalho

O Ministério da Saúde se comprometeu, em junho, a elaborar nota técnica reconhecendo o Curso Superior de Tecnologia em Radiologia e permitindo a implementação da carreira no serviço público, a partir do documento base para as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores de Tecnologia em Radiologia.

Segundo o coordenador do curso superior de Tecnologia em Radiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Paulo Márcio Campos de Oliveira, as diretrizes são importantes porque, para regulamentar uma profissão, é preciso definir o campo de ação desse profissional, as competências que ele tem, onde pode atuar. “É essa base que o documento nos deu: além do reconhecimento profissional, determinar legalmente o que o profissional pode fazer”, explica o professor.

Elaborado pela Coordenação Nacional de Educação (Conae), o documento foi discutido com membros da comunidade acadêmica de todo país. A iniciativa de desenvolver as diretrizes partiu do Conselho Nacional de Técnicos de Radiologia (Conter).

Para Paulo Márcio, o reconhecimento do Tecnólogo em Radiologia como um profissional estabelece direitos e deveres desse perfil de atuação para o mercado de trabalho. “Quando o Ministério da Saúde reconhece como profissão, ele dá indicadores para que o mercado fique atento, para que percebam que ‘esse é o profissional para essa área’”, continua. O professor afirma ainda que a área médica é onde mais se aplica a formação do profissional Tecnólogo em Radiologia, e frisa a importância desse profissional da indústria, na pesquisa, e na área da tecnologia.

Técnico ou tecnólogo ?
Segundo o coordenador do curso, um dos maiores desafios para o profissional Tecnólogo em Radiologia é sua distinção com o técnico. “O curso superior de Tecnologia em Radiologia é um curso novo. As primeiras turmas se formaram entre 2000 e 2002. Antes disso, havia apenas o ensino técnico”, disse.

Segundo as diretrizes curriculares, o tecnólogo em Radiologia se diferencia do técnico pela maior profundidade e abrangência no âmbito do desenvolvimento de suas competências profissionais para a laboriabilidade em Radiologia.

O técnico em Radiologia desenvolve competências profissionais para atuar nos setores de diagnóstico, terapia e medicina nuclear.  Já o tecnólogo em Radiologia, com formação superior com carga horária mínima de 2.400 horas e estágio curricular supervisionado obrigatório, pode desempenhar atividades em todas as áreas das técnicas radiológicas.

“Cada um tem sua importância e área de atuação”, acentua Paulo Márcio. “O tecnólogo pode seguir vários caminhos, inclusive a técnica. É nesse lugar que o papel dos dois profissionais se confundem um pouco”, esclarece.

Atuação em radiologia
Segundo o professor, o maior campo de trabalho do tecnólogo está relacionado às práticas radiológicas no Sistema Único de Saúde (SUS) e em clínicas, hospitais, centros de saúde e demais instituições que utilizam equipamentos de radiação. Além dessas atividades, o profissional com formação em Tecnologia em Radiologia pode atuar na docência, pesquisa aplicada, supervisão de proteção radiológica, treinamento profissional (application), indústria e gestão.

Tecnologia em Radiologia da UFMG
O curso oferecido na Faculdade de Medicina da UFMG pretende formar profissionais aptos a atuar em todas as áreas de emprego pacífico das radiações ionizantes. O profissional formado não atua apenas na área da saúde, mas na indústria, na irradiação de alimentos, em aeroportos, em museus e instituições que fazem o uso da radiação para verificar a autenticidade de obras de artes, entre outros.

O curso de excelência, conceituado pelo MEC como nota máxima, cinco, teve sua primeira turma em 2010, inaugurando a atuação da UFMG no ramo das graduações tecnológicas. O curso superior de Tecnologia em Radiologia é ofertado no período noturno, com admissão de 80 estudantes ao ano. Os discentes contam com a infraestrutura do Campus Pampulha, Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas da UFMG.