Ministério da Saúde usará Observatório da Dengue


08 de julho de 2011


As chamadas redes sociais, como Twitter e Facebook, são trunfos com os quais o governo pretende contar na cruzada contra a dengue no próximo verão. Em agosto, o Ministério da Saúde deverá anunciar um pacote de ações de controle, e uma delas será a adoção do Observatório da Dengue, desenvolvido por equipe de pesquisadores do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, para se antecipar ao início das ondas da doença.

Ao monitorar os burburinhos que correm nas redes sociais, o governo espera identificar com antecedência os casos de dengue e preparar a contenção. “As pessoas postam na internet, por exemplo, que estão com dengue ou usam os sites de busca para saber sobre os sintomas da doença. Essas informações aparecem mais rapidamente do que nos sistemas de saúde”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Lançada em março, a ferramenta integra o chamado Observatório da Web, tema de um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) sediados na UFMG. Por meio de tecnologias desenvolvidas para o projeto, pesquisadores demonstraram que é alta a correlação entre o volume de registros de mensagens sobre dengue nas redes sociais e a ocorrência de surtos e focos nos locais de origem das informações. A capacidade de previsão de surtos, considerada inédita entre ferramentas similares, obteve índices próximos a 85%.

Alerta vermelho

“A cada dia conseguimos aperfeiçoar e desenvolver novas funcionalidades para a ferramenta”, afirma o coordenador do projeto, Wagner Meira Jr., professor do Departamento de Ciência da Computação. Um desses upgrades é um sistema de alerta que mostra as localidades onde os riscos de uma epidemia são iminentes. Segundo Meira, esse alerta é representado em um gráfico e o surgimento de uma bola vermelha na tela sinaliza que aquele é um ponto crítico.

O uso de redes sociais no monitoramento de doenças é uma prática inaugurada nos Estados Unidos pela Fundação Google, que há três anos lançou software para mapear sites de citações relacionadas à gripe.

Leia mais sobre a ferramenta

(Com Agência Brasil e Agência de Notícias da UFMG)