“Mutirão Direito a Ter Pai” atende famílias em BH


29 de setembro de 2014


Exames de DNA são realizados por laboratório do Nupad

Cerca de 470 famílias de Belo Horizonte foram atendidas no “Mutirão Direito a Ter Pai”, promovido pela Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG) nos dias 25 e 26 de setembro. A iniciativa, realizada com o apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), teve como principal objetivo possibilitar que crianças, em sua maioria, tenham a paternidade reconhecida e restabeleçam, assim, o vínculo com o pai.

É o caso vivenciado por Thiago Paulino, que compareceu à Defensoria na presença da filha Gabriele, de três anos, para fazer o reconhecimento voluntário da paternidade. A mãe de criança, Catilene Gomes, fez o cadastro logo que soube da realização do Mutirão: “É uma oportunidade muito importante, queria reconhecer o nome do pai da minha filha”. Para Thiago, a iniciativa também agradou. “É importante para a criança no futuro, para ela ter os direitos dela”, observou.

Viviane Gomes, de 16 anos, também esteve no Mutirão para realizar o exame de DNA juntamente com o suposto pai de seu filho, de apenas sete meses. Para a mãe de Viviane, Natália de Oliveira, o possível reconhecimento da paternidade de seu neto é a realização de um sonho. “Não sabemos o dia de amanhã, agora meu neto poderá ter um nome. Também não tive o reconhecimento do meu pai e sei que é muito ruim”, revelou.

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Famílias aguardam atendimento durante Mutirão. Foto: Rafaella Arruda.

Outras ações

Além do reconhecimento voluntário de paternidade e dos exames de DNA realizados na presença do pai, o Mutirão contemplou os exames feitos em parentes do suposto pai falecido ou ausente. Ainda, as famílias puderam realizar acordos relacionados a alimentos, guarda e visitas, além de receberem orientação para propositura de ações de investigação de paternidade.

Segundo a defensora pública, Hellen Caires, trinta comarcas do interior do estado também participaram da iniciativa nesta terceira edição do “Mutirão Direito a Ter Pai”. “Estão previstos 1.550 exames só do interior”, explica.

Outro diferencial em relação ao Mutirão deste ano, de acordo com Hellen, foi o aumento no número de pessoas adultas atendidas, incluindo aqueles cujos supostos pais já são falecidos: “Isso indica que ter o reconhecimento de um pai no assento de nascimento é um desejo que permanece na vida adulta e interfere na vida social do indivíduo”.

Nupad

Pelo segundo ano seguido, o Laboratório de Genética e Biologia Molecular do Nupad (LGBM) foi o responsável pela realização dos exames de DNA do Mutirão. “Participar novamente desta ação representa confiabilidade em nosso trabalho e demonstra que a experiência do ano passado deu certo”, observa a coordenadora do laboratório, Dora Méndez.

Coube à equipe do LGBM levantar as informações pessoais dos cadastrados para os exames e colher, em papel filtro, o sangue necessário para amostragem do material genético.

A previsão é que, depois das análises, os resultados sejam liberados pelo laboratório no prazo de 30 dias para os casos envolvendo a presença do suposto pai e em 60 dias nos casos de suposto pai ausente. As análises incluem as amostras vindas do interior.