‘Novembro negro’ vai promover orgulho e afirmação da identidade

Evento on-line terá palestras, debates, shows, encenações e contação de histórias; a organização ainda cadastra atividades propostas pela comunidade


03 de novembro de 2020 - , , , , ,


Flagrante do desfile da edição de 2019 do 'Novembro negro'
Flagrante do desfile da edição de 2019 do ‘Novembro negro’. Foto: Gabriel Araújo | UFMG

O orgulho e a afirmação da identidade negra são o mote central de uma série de atividades que vão marcar mais um Novembro negro na UFMG. O evento, que chega a sua terceira edição com agenda única, terá palestras, debates, podcasts, espetáculos de música e artes cênicas. A programação, integralmente on-line, será construída coletivamente ao longo do mês, ou seja, ainda é tempo de cadastrar iniciativas.

Com o tema Orgulho de ser – enegrecer para renascer, a programação começa com a Semana Negra da Apubh (3 a 6), que vai tratar de direitos dos estudantes, impactos da pandemia sobre pesquisadores e docentes negros, formação de professores na perspectiva étnico-racial e racismo institucional, entre outros temas.

Entre outros eventos, nos dias 24 e 25 haverá um ciclo de palestras sobre racismo e educação, promovido pelos cursinhos populares da UFMG; no dia 30, a professora Vanicleia Silva Santos, do Departamento de História da Fafich, vai ministrar a aula inaugural da Formação Transversal em Relações Étnico-raciais, sobre o futuro dos estudos africanos e da diáspora no Brasil; no dia 7 de dezembro, a professora Laura Guimarães, do Departamento de Comunicação Social, e Danilo Candombe, do Quilombo do Açude, na Serra do Cipó, darão a aula inaugural da Formação Transversal em Direitos Humanos, sobre comunicação antirracista.

Azzula:
Azzula fará show dia 18. Foto: Carol Morena|Medicina UFMG

O Circuito Cultural UFMG #EmCasa, organizado pela Diretoria de Ação Cultural (DAC), também integra o Novembro negro. Em parceria com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), o Circuito vai estrear eventos semanalmente (quartas-feiras, às 19h, no youtube.com/culturaufmg).

No dia 11, Fabiana Brasil fará a contação de histórias Quando a negrice floresce; no dia 18, a cantora e drag queen Azzula fará show com repertório selecionado especialmente para a temática; no dia 25, o grupo teatral belo-horizontino Morro Encena vai apresentar a performance Tem base?. Por fim, no dia 30, Manu Dias fará o show de encerramento do Novembro Negro na UFMG.

Pluralidade e potencialidades

Daniely Fleury: consciência e racismo
Daniely Fleury: consciência e racismo. Foto: Tulio Fortes | UFMG

A temática do Novembro negro, neste ano, está estreitamente conectada à essência das ações afirmativas, segundo Daniely Roberta Fleury, diretora de Políticas de Ações Afirmativas da Prae. “O espírito desse grande encontro é a afirmação da identidade racial com a sua pluralidade e todas as suas potencialidades. Cada pessoa poderá expor como experimenta a consciência de ser negro e negra e como vive os embates relacionados ao racismo. A ideia é estimular o resgate do orgulho de ser negro, interseccionando com orgulho de ser mulher, pessoa LGBT ou com deficiência”, ela diz, lembrando que a universidade é espaço de fortalecimento individual e coletivo, sobretudo com a chegada, nos últimos anos, de mais estudantes, professores e técnicos negros nos últimos anos.  

Daniely anuncia que o Instagram vai abrigar uma campanha, promovida com a participação da Pró-reitoria de Extensão e do Centro de Convivência Negra (CCN) da UFMG, em que as pessoas poderão postar vídeos manifestando o orgulho de ser negro.

A programação do Novembro negro da UFMG, que poderá ser exportada para a agenda Google, está detalhada no hotsite do evento. A iniciativa reúne a Prae, a Proex, a DAC, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o CCN e o Movimento Negro da UFMG.


(Itamar Rigueira Jr. / Centro de Comunicação da UFMG)