Novo currículo entra em vigor para o curso de Medicina

Fruto de anos de discussão e planejamento, novo currículo acadêmico demanda paciência em sua fase de inserção .

Foto: Bruna Carvalho

Os alunos que ingressaram em Medicina no segundo semestre de 2014 já iniciaram os estudos de acordo com o novo currículo do curso. Aprovada em 2013, a nova grade curricular está sendo adaptada. O currículo foi ajustado, principalmente, para adequação às diretrizes nacionais publicadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 2001, e para correção de fragilidades da antiga grade curricular.

Os estudantes do 2º ao 9º períodos irão passar por mudanças em suas disciplinas, e precisarão se adaptar ao novo currículo. A decisão de que o novo currículo incluísse estes períodos foi decidida pela Comissão de Implantação e Acompanhamento da Reforma, que trabalhou arduamente para o planejamento da nova grade. Do ponto de vista pedagógico, os alunos de períodos superiores não teriam tantos ganhos, e precisariam se adaptar completamente.

Entre os 2º períodos de 2014 e 2015, o novo currículo estará em fase de transição, onde acontecerão atividades equivalentes, disciplinas duplicadas, e um conjunto de adaptações para ajustar os alunos à nova grade. “Nós precisamos abaixar no trampolim, pra depois pular. Temos que passar por esse momento, que é um momento de ajuste e adaptação, para que depois possamos ficar em uma forma plena no currículo novo, que acreditamos ser melhor que o antigo”, enfatizou a professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e coordenadora do Colegiado do curso de Medicina, Alamanda Kfoury.

A professora explica que, mesmo sendo tradicionalmente vanguarda, a Faculdade de Medicina da UFMG precisava de melhorias. “Nós tínhamos uma fragilidade no ensino da Urgência, da ética, em campos de prática. Esses pontos fracos precisavam ser revistos”, mencionou.

Desafios
A inserção de um novo currículo demanda estudo, planejamento e paciência. São grandes mudanças que atingem alunos, professores e funcionários. Para este processo, foi criado o Núcleo Docente Estruturante, constituído por nove docentes, representativos de várias fases do curso, que vão acompanhar a implantação da nova grade.

Segundo Alamanda, o Núcleo têm encontrado problemas nessa nova fase. As maiores dificuldades estão relacionadas ao número de vagas para estudantes no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), já que agora existem disciplinas duplicadas, que estão sendo ministradas para o dobro de alunos. “Ainda estamos tentando matricular alguns alunos que não estão matriculados”, completou.

Com o novo currículo, o curso aumentou em quase mil horas, o que também aumenta a carga horária em salas de aula. A coordenadora explica que, neste momento, a Faculdade passa por um momento de déficit de salas de aula. O que dificultava no antigo currículo, para o novo é ainda mais complicado. “Ficamos este primeiro semestre de 2014 trabalhando em pré-agendamentos. Mas, agora, com a implantação da nova grade, esses agendamentos precisam ser revistos, porque precisamos procurar salas que se adaptem as turmas, o que gera uma maior dificuldade”, explicou a coordenadora.

A adaptação nos centros de saúde também está sendo trabalhada. Com a nova grade, o aluno entra nos centros de saúde mais cedo, e a inserção é maior. “Isso é muito bom por um lado, já que o aluno vai ter uma vivência maior no cenário de trabalho prático. Mas, por outro lado, existem algumas dificuldades de locomoção, e alguns alunos estão em centros de saúde duplicados. Estamos em fase de ajustes”, informou Alamanda. No semestre passado, a Faculdade de Medicina estava inserida em 11 centros de saúde. Neste semestre, são 16 centros.

Orientações
Já na fase de execução, o novo currículo enfrenta também uma dificuldade de informação. “Muitas vezes, professores, e até alunos, não estão devidamente informados sobre essa mudança curricular. Pedimos aos alunos, professores e funcionários, que sempre procurem a página oficial da Faculdade. Lá estão todos os documentos para que possam se informar corretamente” enfatizou Alamanda.

Apesar de ser um período crítico, a coordenadora afirma que todos estão preparados para lidar com as dificuldades. “Quando a gente acredita realmente que será uma formação melhor, mesmo que nesse período possa haver perdas pedagógicas, os ganhos serão maiores. Quando a gente acredita que é um novo currículo que vai permitir uma formação de um médico melhor, então vale a pena”, declarou.

A professora solicita um pouco de paciência a professores, funcionários técnico-administrativos, e principalmente, aos alunos. “Se o aluno fez o requerimento por escrito, pedimos paciência para que ele aguarde uma resposta. E, em qualquer situação individual e pessoal, ele deve procurar o Colegiado e marcar um horário com a gente. Vamos analisar todos os pedidos que vierem”, concluiu.

Para a solução de problemas com matrículas, ou esclarecimento de dúvidas, os alunos devem procurar pelo Colegiado do curso de Medicina, onde farão um requerimento, por escrito, que será analisado e respondido. O Colegiado fica no Centro de Graduação (Cegrad), no 1º andar da Unidade, na sala 67.

Acesse o site do novo currículo acadêmico da Faculdade de Medicina.