Nupad e Centro de Estudos Africanos definem ações para 2015
23 de dezembro de 2014
Em parceria com o Centro de Estudos Africanos da UFMG (CEA), o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad) realiza, a partir de 2015, atividades com foco na relação Brasil-África. A proposta é apresentar, em workshop e seminários, as possibilidades de parceria entre os países na área da doença falciforme e os projetos já desenvolvidos pelo Nupad por meio do Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias (Cehmob-MG).
Em fevereiro, a coordenadora do CEA, Vanicléia Santos, realiza na Faculdade de Medicina da UFMG um workshop voltado para os profissionais do Nupad. Serão abordados aspectos sociais e históricos da África e dos principais países do continente abertos a parcerias com o Brasil. “São países bem estruturados, com boas universidades e com as quais a UFMG já mantêm contato a partir do Centro”, explica a coordenadora do setor de Tradução e Relações Internacionais do Nupad, Kelen Lima.
Como informa Kelen, a partir de março também serão feitos seminários mensais abertos a toda a comunidade acadêmica da UFMG. A intenção é expor, no campus Pampulha, os quatro projetos específicos para a doença falciforme do Cehmob-MG, seus processos e resultados.
O projeto Saber para Cuidar: doença falciforme na escola, que busca fortalecer a capacidade técnica e política dos profissionais de educação em doença falciforme, será o primeiro a ser abordado. “É um projeto já estruturado, que lançou recentemente um curso de educação a distância (EaD) para atores educacionais e uma cartilha sobre doença falciforme nas escolas, traduzida e adaptada de original britânico”, informa a coordenadora do projeto, Isabel Castro. “Seria fácil replicá-lo para os países de língua portuguesa na África”, opina.
Além deste, também serão tema dos seminários os projetos Doença Falciforme: Linha de Cuidados na Atenção Primária à Saúde, Projeto Aninha e Projeto Atenção Especializada. “O protocolo do Aninha, por exemplo, voltado para a atenção às gestantes com doença falciforme, já é usado em Angola, mas falta oficializarmos isso”, acrescenta Isabel.
“O Nupad tem o know-how, a aplicabilidade. E no caso específico da doença falciforme é o mesmo público alvo, tanto no Brasil como na África, por atingir principalmente a população negra. Então são projetos com a maior capacidade de dar certo. Por que não usar esse conhecimento também do lado de lá?”, reflete Vanicléia Santos.
Parceria Nupad – CEA
A parceria entre Nupad e CEA teve início em 2012, logo após o Centro ser criado pela reitoria da UFMG com uma missão multidisciplinar nas áreas da Medicina, Educação, Filosofia, Ciências Econômicas e Humanas. “É uma cooperação que foi se firmando ao longo de 2013 e 2014”, observa Vanicléia.
Como aponta Isabel, a África sempre foi interesse do Cehmob-MG, uma vez que a doença falciforme teve origem no continente: “Conhecer a história da África é conhecer a realidade e história das pessoas com a doença. Com isso, pode-se melhorar o cuidado”. Assim, segundo ela, a integração entre os órgãos fortalece as ações de internacionalização já existentes e contribuiu para a criação de outras. “Eu vejo o Centro como um catalisador, pois ele já sabe quem são os parceiros na África. Assim, fortalecemos o CEA com as ações do Nupad e, ao mesmo tempo, fortalecemos o Nupad por meio do Centro. É um interesse mútuo”, afirma.