Nupad capacita equipe do Senegal
15 de março de 2010
Duas profissionais de saúde do Senegal participam, em março, de um programa de treinamento em doença falciforme coordenado pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad).
A bioquímica Philomene Sall e a técnica superior de laboratório Ndéye Khady Kébe participam de treinamento no Laboratório de Triagem Neonatal para Hemoglobinopatias do Nupad e do Diagnóstico Laboratorial das Hemoglobinopatias, na Faculdade de Farmácia da UFMG
Também está prevista uma série de visitas técnicas que serão importantes para a contextualização do Programa Estadual de Triagem Neonatal. Parte do Projeto de Cooperação Técnica e Científica Brasil/Senegal para a Doença Falciforme, a iniciativa inclui o treinamento
De acordo com Sall, foram muitos avanços após uma primeira visita técnica no Nupad, quando vieram conhecer o Programa, no sentido de sensibilizar as autoridades de saúde do Senegal para a necessidade de um plano nacional para o controle da doença. “A partir disso, junto a profissionais e autoridades de saúde, realizamos um workshop para refletir sobre a importância da criação de um programa de triagem neonatal para doença falciforme e de um centro de referência no Senegal”, destacou a bioquímica.
O objetivo, desta vez, segundo as profissionais, é ter conhecimento mais aprofundado das técnicas laboratoriais e práticas do programa, incluindo o controle do tratamento, para formar as bases para um programa senegalês. “Vamos aprender as técnicas e nos inspirar em Minas Gerais como referência para criar um programa de triagem em escala nacional no Senegal”, ressaltou Sall.
A partir desse treinamento, as profissionais esperam organizar cursos para formação técnica de profissionais de saúde do Senegal e discutir com as autoridades de saúde o início de uma “triagem focada”, apenas para as crianças cujas mães apresentarem a doença ou o traço falciforme em testes durante o pré-natal. Esta é uma forma de “aproveitar os escassos recursos do país no controle da doença”, segundo a bioquímica.
Histórico
Iniciado durante o seminário internacional sobre doença falciforme realizado em Dakar, capital do Senegal, em outubro de 2007, o projeto de cooperação firmado entre brasileiros e senegaleses já contou, em uma semana de maio de 2008, com uma visita técnica de médicos e biólogos do país da África Ocidental às instalações das unidades envolvidas no Programa Estadual de Triagem Neonatal (PETN-MG).
Na ocasião, o médico senegalês Ibrahima Diagne ressaltou que o Brasil é um exemplo na triagem, pois, há tempos, sanou problemas similares aos que Senegal enfrenta atualmente. “Não temos um programa de triagem nacional como o do Brasil, no entanto, a incidência da doença é cinco vezes maior. Queremos implementar essa tecnologia e assistência no nosso país”, destacou.
Redação: Assessoria de Comunicação do Nupad/Faculdade de Medicina da UFMG.
Foto: Vinícius Utsch