Perda de peso e fadiga podem ser sinais de diabetes em crianças

No ano passado, o Brasil foi classificado como quarto país do mundo com mais diabéticosDiabetes é uma doença do metabolismo da glicose, causada pela falta absoluta ou relativa de insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, que tem a função de promover a entrada de glicose nas células para transformá-la em energia para o corpo. “Na diabetes tipo um, que, geralmente, ocorre em crianças e adolescentes, o que acontece é uma destruição das células que produzem insulina no pâncreas”, é o que explica a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Ivani Novato Silva.

Diferente da diabetes tipo um, a diabetes tipo dois não é um quadro autoimune, mas está diretamente relacionada à obesidade e acomete, principalmente, os adultos. “A frequência desse quadro também está maior em crianças e adolescentes, porque o aumento da prevalência do excesso de peso também está acontecendo na população pediátrica. Essa é a diabetes que ocorre com maior prevalência no mundo”, informa a especialista.

Hoje, a diabetes atinge 382 milhões de pessoas em todo o planeta, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes. Segundo estimativas, em 2035, o número deverá chegar a 592 milhões. No ano passado, o Brasil foi classificado como quarto país do mundo com mais diabéticos, com 13 milhões de portadores. Deste total, um milhão são crianças, de acordo com a Associação de Diabetes Juvenil.

“Podemos observar um aumento da diabetes tipo um. Ainda não se sabe exatamente o fator que desencadeia esse quadro. Sabemos que existe uma predisposição genética, e que essa incidência está aumentando entre as crianças. Há anos, o diagnostico era feito em adolescentes. Hoje, temos crianças ainda lactentes com diagnóstico da diabetes tipo um”, ressaltou a endocrinologista.

Diagnóstico
Para os pais preocupados, os principais sinais e sintomas observados em crianças estão relacionados a perda de peso, aumento da diurese, aumento do consumo de água e fadiga. “A criança não levantava a noite para ir ao banheiro e, com frequência, começou a se levantar. Está bebendo muita água, ou começa a ficar meio cansada, sem energia para brincar. Uma família atenta percebe que a criança está diferente, e é preciso buscar atendimento urgente”, esclareceu a professora.

Após o diagnóstico, a criança com diabetes tipo um precisa manter um controle adequado dos níveis de glicose no sangue, monitorando a glicemia, fazendo o teste no dedinho várias vezes ao dia. “De acordo com esse teste será aplicado a dose necessária de insulina. A criança com o tipo dois, na maioria das vezes, não precisa dessa aplicação”, ponderou Ivani. Em ambos os casos, o controle adequado dos níveis de glicose no sangue confere qualidade de vida e prevenção de complicações.

Segundo a pediatra, os meios para prevenção variam da diabetes tipo um, para tipo dois, mas estão relacionadas, principalmente, aos hábitos de vida. “No tipo um, infelizmente, não sabemos como prevenir, já que ainda não sabemos os fatores desencadeadores. Mas crianças e jovens precisam ter hábitos de vida mais saudáveis, com uma alimentação balanceada, que promova um ganho de peso adequado e não excessivo, e com a prática de atividades físicas e a diminuição do sedentarismo”.