Organização do trabalho previne eventos adversos no atendimento à saúde
Na semana do Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares (15/5), confira série sobre segurança no atendimento.
15 de maio de 2017
Na semana do Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares (15/5), programa de rádio apresenta série especial sobre a segurança do atendimento à saúde
Um tratamento de saúde pode envolver uma estrutura complexa de profissionais de diferentes áreas, turnos de trabalho, estrutura física e equipamentos, o que torna a organização dos serviços de saúde um fator importante no que se refere à segurança do atendimento. O controle e prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, popularmente conhecidas como infecções hospitalares, são, portanto, favorecidos com uma organização de trabalho adequada nos estabelecimentos de assistência à saúde.
O comprometimento geral da equipe multidisciplinar de um hospital com a higiene das mãos, por exemplo, pode interromper uma cadeia de transmissão de microorganismos nocivos aos pacientes. “A assistência deve ter condições estruturais para funcionar, ou seja, o hospital tem que ter uma área física adequada, equipamentos adequados, mas não adianta ter uma estrutura superadequada se não houver uma organização do trabalho”, afirma o infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Renato Couto.
Segundo Couto, além das infecções, outros eventos indesejados durante o tratamento são evitados em um ambiente de trabalho organizado. “Você pode trocar o medicamento e dar o medicamento errado ou dar na hora errada, ou seja, existem várias outras falhas de assistência que levam a eventos adversos que podem, inclusive, evoluir para o óbito”, exemplifica.
Notificações
O cenário de controle e prevenção das Infecções Relacionadas à Atendimento à Saúde no Brasil é pouco conhecido devido à escassez de dados sobre as ocorrências. O primeiro passo para orientar as ações de combate a essas infecções é investir na notificação dos casos, o que irá permitir conhecer o problema de forma mais detalhada.
“A notificação se transforma em indicadores e, assim, nós podemos atuar em nível nacional sabendo em que tipo de hospital as taxas estão maiores e o que precisamos implementar de medidas para reduzir essas infecções, alcançando um patamar aceitável”, resume a professora da Escola de Enfermagem e líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infecção Relacionada ao Cuidar em Saúde da UFMG, Adriana Oliveira.
Para saber mais sobre as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, termo atual que abrange as infecções hospitalares, confira a nova série do Saúde com Ciência, que vai ao ar entre os dias 15 e 19 de maio.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Bernardo Estillac | Edição: Lucas Rodrigues