Osteoporose tem novos métodos de tratamento
06 de agosto de 2012
Há novidades no tratamento da osteoporose. São medicações injetáveis, subcutâneas ou ministradas na veia do paciente, que facilitam a adesão. Ao contrário dos tratamentos da hipertensão e da diabetes, que o paciente deve ser medicado diariamente, na osteoporose essa medicação pode ser ministrada uma vez a cada seis meses, até uma vez por ano, sem grandes efeitos colaterais. E o paciente estará protegido de novas fraturas. É o que garante o reumatologista Marcelo Pinheiro, professor da Universidade de São Paulo (Unifesp), que esteve presente na VI Jornada do Centro de Estudos em Reumatologia Pedro Nava, realizada na última sexta-feira, 3 de agosto, na Faculdade de Medicina da UFMG. “O custo dos novos medicamentos não é absurdo. Eles variam entre 100 e 150 reais, mas garantem a eficácia do tratamento. Talvez já fosse o caso do governo disponibilizar isso, porque garante que o paciente vai se prevenir”, constata.
A osteoporose é um problema de saúde pública. No país, são 20 milhões de pessoas com a doença, em sua maioria mulheres. Praticamente o mesmo quadro da hipertensão, que acomete cerca de um terço da população. E elas podem vir associadas: o paciente idoso geralmente tem uma das duas doenças. Segundo o reumatologista, há um programa via telefone do Ministério da Saúde (MS) que monitora 54 mil pessoas cadastradas, com o objetivo de saber se elas têm hipertensão, diabetes e se receberam o diagnóstico da osteoporose. E é então que surgem as primeiras dificuldades relacionadas ao tratamento da doença: “a osteoporose não tem diagnóstico, ou seja, se você não fizer o exame, não é possível diagnosticar a doença, que é causadora de fraturas ósseas. Com isso, apenas 7% das pessoas monitoradas sabiam que tinham o problema”, revela o professor. De acordo com ele, se o médico pede o exame, essa porcentagem sobe para aproximadamente 30%, quadriplicando a estatística de conhecimento da doença.
O reumatologista também falou do consumo de cálcio e vitamina D, que são nutrientes essenciais para o osso. No entanto, segundo ele, o consumo no país é muito pobre, inclusive em Minas Gerais. “A recomendação é que se consuma, em média, quatro porções de lácteos por semana. Essas porções podem ser representadas, por exemplo, por dois copos de leite, um iogurte e um queijo. No Brasil, a gente consome, em média, menos de uma porção”, observa Marcelo Pinheiro. Desta forma, a população, de um modo geral, consome abaixo da recomendação para uma saúde óssea adequada. Além disso, fontes de cálcio, como peixes e vegetais verdes, podem substituir o leite e seus derivados. “A principal fonte é láctea, ou seja, todos os derivados do leite, mas os vegetais verdes, principalmente os escuros, como o espinafre, e os peixes, também são boas fontes. Resumindo, tudo que for verde tem cálcio”, define o reumatologista.
Tratamento gratuito
O MS proporciona o tratamento gratuito da osteoporose para a população e, de acordo com Marcelo Pinheiro, os medicamentos são eficazes. Mas ele reafirma que, muitas vezes, eles não são prescritos porque não há o diagnóstico da doença. Em Belo Horizonte, existe uma cota de 180 exames por mês, o que é muito pouco se comparado ao número de pacientes no Estado, cerca de 200 mil. Em geral, o paciente não sente os efeitos da osteoporose e, apesar de não haver cura para a doença, o objetivo é evitar a fratura. Por isso, a importância do diagnóstico ser precoce. “A cura é estar com a saúde óssea boa, ou seja, não quebrar os ossos do corpo”, conclui o reumatologista.