Programa de rádio ensina a viver mais e melhor
Saúde com Ciência explica que a relação entre qualidade e expectativa de vida é avaliada a partir da média de anos saudáveis que o indivíduo poderá ter.
10 de julho de 2014
Saúde com Ciência apresenta série sobre a relação entre expectativa e qualidade de vida e quais fatores podem interferir em ambas
Nós estamos vivendo mais. Isso é o que revela o relatório Estatísticas da Saúde Mundial 2014, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma criança que nasceu em 2012 viverá, em média, até os 72 anos – seis a mais do que a taxa estimada para as crianças que nasceram em 1990. No Brasil, a expectativa de vida aumentou cerca de dez anos, dependendo do sexo da pessoa. Mas afinal, viver mais é sinônimo de viver melhor?
“O fato de termos aumentado a nossa expectativa de vida é um bom indicador, mas não é suficiente para garantir uma qualidade de vida boa nesses anos que ganhamos a mais de vida”, pondera Sandhi Barreto, professora titular da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil).
Uma forma de avaliar a relação qualidade e expectativa de vida é feita a partir da média de anos saudáveis que o indivíduo poderá ter. Esse percentual é definido pela capacidade dos órgãos de saúde em atuar na prevenção e combate de doenças precocemente, evitando complicações graves durante a terceira idade. No Brasil, a expectativa de vida saudável, apesar de também ter avançado, ainda está dez anos abaixo da expectativa geral – a diferença é a mesma de 1990.
“Essa falta de redução está relacionada a um conjunto de fatores e às desigualdades sociais em saúde”, avalia Sandhi Barreto. De acordo com a professora, as políticas públicas devem buscar, claro, o aumento da expectativa de vida saudável, para que o tempo perdido por limitações seja o mínimo possível.
A prevenção, portanto, é essencial nesse processo. Além disso, com os avanços tecnológicos atuais, é possível identificar e acompanhar um número mais elevado de patologias precocemente. As doenças cardiovasculares, principal causa de óbitos prematuros – de pessoas que viveram menos que suas expectativas – fazem parte desses avanços, uma vez que já foram consideradas evitáveis antes dos 60 anos. “Pelo que nós conhecemos e podemos modificar do risco de um indivíduo ou população adoecer e morrer por alguma dessas doenças, hoje a gente considera prematura uma morte que acontece antes dos 70 anos”, afirma Sandhi Barreto.
Outra doença a ser observada no que se refere à qualidade de vida é o diabetes. Segundo a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, ela foi diagnosticada em 6,5% dos homens e 8,1% das mulheres em 2012, números que apontam um aumento de quase 2% se comparados à pesquisa anterior, realizada em 2006. No entanto, esses dados também podem indicar que a assistência médica está mais qualificada para o diagnóstico e tratamento da população. “Há uma melhora na detecção dos casos no Brasil devido à expansão da atenção primária e da estratégia de saúde da família”, avalia a especialista.
Tema da semana
No Brasil, as taxas de mortalidade infantil giram em torno de 13 óbitos a cada mil nascimentos. As causas mais comuns são prematuridade, asfixia, infecções e malformações congênitas. Para saber mais sobre as complicações prematuras e outros assuntos, confira a programação:
Expectativa x qualidade de vida: o que melhorou? – segunda-feira (14/07/14)
Controle da mortalidade infantil – terça-feira (15/07/14)
Obesidade infantil – quarta-feira (16/07/14)
Situação das doenças cardiovasculares – quinta-feira (17/07/14)
Envelhecimento saudável – sexta-feira (18/07/14)
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h05, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. Ele ainda é veiculado em 39 emissoras de rádio de Minas Gerais, Paraná e Estados Unidos. Também é possível conferir as edições pelo site do Saúde com Ciência.