Período de férias aumenta alerta sobre febre amarela


25 de janeiro de 2019


Casos confirmados da doença na região sudeste reforçam a importância dos cuidados, principalmente da vacinação

Em caso de viagem para regiões com alta incidência de mosquito e casos de febre amarela, é preciso tomar a vacina com antecedência mínima de dez dias. Foto: Pixabay

Durante o período de férias escolares é mais comum o contato com áreas de risco de febre amarela, como cachoeiras, florestas, parques e fazendas. Além disso, o período de verão no país é mais propício para a reprodução do mosquito transmissor, devido às chuvas e a alta temperatura. Assim, os cuidados de prevenção precisam ser redobrados.

Segundo o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, o pico dos casos da febre amarela, que é uma doença sazonal, está entre o início de dezembro e o final de março. A temperatura média aumenta no período chuvoso, isso favorece a proliferação de mosquitos e, consequentemente, o potencial de circulação do vírus.

No período de julho de 2017 a junho de 2018, foram confirmados 1.376 casos da doença em todo o país e 483 óbitos. Neste ano de 2019, só o estado de São Paulo teve 12 casos confirmados e seis mortes, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. O que é um indicativo de surto da doença e, consequentemente, aumento da área de circulação do vírus.

Para prevenir, o professor destaca a dose única da vacina, utilizada há várias décadas e com eficácia maior que 90%. O Ministério da Saúde recomenda que os que forem viajar para as áreas de risco da doença tome a vacina, disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, com antecedência mínima de dez dias do contato com os locais de risco.

Já os que moram em áreas endêmicas, como Minas Gerais, devem tomar pelo menos uma dose, após os nove meses de idade. “As pessoas já vacinadas que vão para alguma área de maior exposição como matas, rios, cachoeiras, parques e fazendas, é recomendável que use repelente e roupas que protejam o corpo da picada do mosquito”, acrescenta.

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Unaí explica que existem alguns grupos mais vulneráveis, em que a vacina não surte efeito, mas a proteção é muito alta contra o vírus
para a maioria. Ainda assim, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, estima-se que cerca de três milhões de mineiros ainda não foram vacinar.

Os sintomas da febre amarela surgem, geralmente, de três a seis dias após o contato com o vírus e correspondem a um quadro infeccioso: mal-estar, dor de cabeça, febre, fraqueza, dores no corpo e náuseas.

“Como são sintomas comuns, se a pessoa esteve recentemente em áreas de risco da doença, deve procurar o serviço de saúde e informar esse fato ao profissional que realizar o atendimento”, afirma Unaí.

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