Pesquisa aponta que educação é fator crucial para o envelhecimento saudável entre brasileiros


11 de novembro de 2025



Em um Brasil que envelhece em ritmo acelerado, um novo estudo traz uma perspectiva essencial para o futuro da saúde pública: a educação. Os estudos foram realizados pelo pesquisador Janderson Diego Pimenta da Silva, sob orientação das pesquisadoras Dra. Juliana Lustosa Torres e Dra. Luciana de Souza Braga, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina, apontam que a escolaridade pode ser uma poderosa aliada na garantia de uma velhice mais saudável, e que níveis mais altos estão diretamente associados a uma menor prevalência de multimorbidade, entre adultos mais velhos.

Enfermeiro pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Janderson pesquisa envelhecimento desde a graduação. Em seu doutorado na UFMG, realizou uma série de três estudos que pesquisaram o envelhecimento ativo, saudável e multimorbidade no Brasil e Inglaterra, respectivamente, com as bases de dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) e o The English Longitudinal Study of Ageing (ELSA). 

A análise que faz uma comparação direta entre Brasil e Inglaterra, destaca que diferente dos britânicos, os determinantes comportamentais como tabagismo, sedentarismo, e má qualidade do sono são os principais fatores contra o envelhecimento ativo. No Brasil, os principais fatores contra são os determinantes sociais, principalmente a educação. 

Este problema pode refletir na chamada capacidade intrínseca, sendo, o conjunto das capacidades físicas e mentais que uma pessoa pode mobilizar ao longo da vida, e que permitem manter sua autonomia e funcionalidade No Brasil, ainda em atraso, esta capacidade é severamente afetada pela grande ocorrência de multimorbidade, que é frequente na terceira idade, sendo 70,4% nas mulheres e 51,1% nos homens.