Pesquisa avalia saúde e qualidade de vida dos estudantes de Medicina da UFMG


21 de junho de 2018 -


Responsáveis pelo estudo, já em andamento, convidam a participação de todos os estudantes para que resultados reflitam a realidade

Com o objetivo principal de mapear as condições de saúde e qualidade de vida dos estudantes de graduação em medicina na UFMG, a fim de descortinar a realidade vivenciada por eles durante o curso, o projeto Qualimed está em sua fase de coleta de dados. De acordo com a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade, Graziella Lage Oliveira, coordenadora do estudo, essas informações poderão subsidiar o alinhamento de propostas, por parte da direção, dos docentes e dos dispositivos de apoio ao estudante, a partir do conhecimento do atual cenário.

“Só pode falar de uma realidade quem a vive. Por isso é importante que os alunos usem este espaço para serem ouvidos. Neste sentido, nada melhor que uma pesquisa com rigor científico para auxiliar nesta tarefa”, ressalta a subcoordenadora e também professora do Departamento, Adalgisa Ribeiro. “Sabemos que esse é um curso que demanda muito empenho, foco, coragem e responsabilidade. Então uma pesquisa que busca entender a realidade vivenciada pelos alunos e as questões que impactam sua saúde física e mental possibilita trazer à tona questões que precisam ser discutidas e, por que não, modificadas”, continua.

O ideal é que todos os alunos participem, segundo as coordenadoras. “Quanto mais alunos participarem, mais informações expressivas teremos e mais seguramente poderemos falar sobre a saúde dos alunos e os seus condicionantes”, declaram.

Como participar

Graziella explica que o projeto tem duas fases. Na primeira, já em andamento, todos os alunos matriculados no curso de Medicina estão convidados a responder um questionário com o objetivo de verificar a prevalência de questões relacionadas à saúde, incluindo saúde mental, hábitos, comportamentos, suporte social e qualidade de vida.

O questionário é composto por escalas já validadas para o Brasil ou em processo de validação pela própria pesquisa. Entre essas, está uma que avalia a percepção do estudante sobre o curso, apontando seus pontos fortes e suas limitações. Para Graziella “a utilização desta escala nos permitirá comparar o curso de Medicina da UFMG com outras instituições pelo Brasil e pelo mundo que já utilizaram o mesmo instrumento”.

Os alunos têm respondido ao questionário em sala de aula em momentos disponibilizados pelos professores. “Essa parceria tem sido fundamental, pois além de facilitar a adesão dos alunos, sem interferir na rotina de estudos, demonstra que os professores estão interessados em sua saúde e qualidade de vida”, acrescenta Graziella.

A Pesquisa contará também com pontos de apoio itinerantes para possibilitar a participação dos alunos que não puderam responder em sala de aula. Além disso, existe a possibilidade de responder ao questionário pela internet. Para os que se interessem em participar e ainda não o fizeram, podem seguir o perfil da pesquisa no Instagram (qualimedufmg) que, além de outras informações, lista os pontos itinerantes na Faculdade de Medicina da UFMG e disponibiliza o link para o preenchimento do questionário. Os interessados também podem obter mais informações em qualimedufmg@gmail.com ou com os professores participantes.

Já na segunda fase, alunos das quatro últimas turmas do curso de Medicina serão convidados a participar do estudo de seguimento. Estes alunos responderão ao questionário anualmente, até sua formatura, para mensurar sua saúde e qualidade de vida, ou seja, se as questões apontadas pelos períodos iniciais continuaram, pioraram, melhoraram ou se surgiram novas questões.

Pesquisa

“Acho que a pesquisa tem um grande potencial em termos de informações valiosas. Além de traçar um perfil sobre a situação atual, ter um estudo longitudinal, em termos epidemiológicos, nos possibilitará falar sobre a evolução das condições de saúde dos estudantes. Se realmente eles adoecem, como alguns estudos apontam, poderemos identificar se isso ocorre e, se sim, em que parte do curso”, aponta Graziella. Além disso, ela comenta que, se todos participarem, será possível apontar as especificidades de cada turma, o que diferencia o olhar e possibilita elaborar ações mais específicas.

A professora afirma que o estudo na Medicina funcionará como um primeiro passo. “Temos a aspiração de expandir para os outros cursos do campus Saúde e, depois, para toda a Universidade”, informa Graziella.

Para que os resultados sejam apresentados no primeiro semestre de 2019, as professoras esperam conseguir a participação do maior número de alunos até o final de agosto deste ano.

Equipe de pesquisa

Além das coordenadoras Graziella Lage Oliveira, Adalgisa Ribeiro e Michelle Ralil, compõem a equipe de pesquisadores do QualiMed os professores Tarcísio Márcio Magalhães, Andréa Maria Silveira, Elza Mello, Flávia Bulegon Pilecco e Luciana Braga, todos do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG.

O projeto ainda conta com uma comissão de sensibilização composta por pelo menos dois alunos de cada turma do curso de Medicina, com a função de incentivar os colegas a participar do estudo. Em outra comissão, a de acompanhamento, há integrantes da Diretoria, do DMPS, Napem, Cegrad, Escuta Acadêmica e coordenadores de disciplinas, por entender que estes são atores importantes para o curso.

Ao final de cada fase haverá uma reunião devolutiva onde os integrantes destas comissões receberão em primeira mão os resultados. Em seguida, haverá um seminário de apresentação para toda a comunidade acadêmica.