Pesquisa busca avaliar possíveis sequelas neuropsiquiátricas da covid-19

O recrutamento de pessoas acima de 18 anos, que tiveram o exame RT-PCR positivo para o coronavírus e que apresentaram manifestações leves ou moderadas, objetiva entender se quadros como depressão, ansiedade e psicose podem estar relacionados com a infecção por covid-19


15 de outubro de 2020


Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG busca analisar se os pacientes de covid-19 podem ter sequelas neurológicas e psiquiátricas após a infecção. Isso porque pacientes que contraíram outros coronavírus causadores da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), por exemplo, relataram manifestações neuropsicológicas cerca de um a dois anos após a doença.

A pesquisa está na fase de recrutamento de pacientes para fazer os testes. Serão selecionadas pessoas acima de 18 anos, que tiveram o exame RT-PCR positivo para a covid-19 e que apresentaram manifestações leves ou moderadas da doença. A partir desse estudo, vai ser possível analisar, por exemplo, se alguns quadros psiquiátricos, como depressão, ansiedade, psicose, entre outros, podem ter relação com a infecção prévia por covid-19.

Além desses, a pesquisa terá um grupo controle, com indivíduos que tiveram o exame negativo. O acompanhamento de todos os pacientes será feito ao longo de dois anos e a expectativa é recrutar cerca de 300 pessoas nos próximos três meses.

Os voluntários que se encaixam no perfil e quiserem participar da pesquisa “Manifestações e sequelas neuropsiquiátricas da covid-19: aspectos clínicos e moleculares” devem entrar em contato pelo WhatsApp do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade pelo (31) 99723-4160 ou preencher formulário no link http://bit.ly/manifestaçõesneuropsiquiátricasdacovid19.

Após o recrutamento, os pacientes farão testes neuropsicológicos e clínicos, exames como ressonância magnética, PET-CT, NIRS e coleta de sangue para perfil sorológico. Esse acompanhamento será feito a cada seis meses e serão registrados os sintomas que podem ter aparecido neste período. Ambos grupos (positivos e negativos) repetirão os exames ao longo dos dois anos.

“É importante termos protocolos de estudo dos efeitos no sistema nervoso central de outros coronavírus, por exemplo, que possam aparecer, ou de outras ondas da mesma pandemia. Porque o desconhecido sempre pega a gente de surpresa”, defende o coordenador da pesquisa e professor titular do Departamento de Saúde Mental da Faculdade, Marco Aurélio Romano.

Leia a matéria completa em www.medicina.ufmg.br