Pesquisa recruta estudantes de Medicina para avaliar manejo do estresse
Técnicas de meditação e treinamento de biofeedback de VFC serão conduzidas com auxílio de um aplicativo para smartphones.
25 de outubro de 2021

Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG recruta acadêmicos do curso de Medicina para avaliar os efeitos de técnicas de meditação e do treinamento de biofeedback de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) para manejo de estresse. As inscrições para voluntários começam em 25 de outubro e vão até 8 de novembro ou até o preenchimento total das vagas.
Qualquer estudante de Medicina da UFMG, independente do período, pode se inscrever para participar do estudo. A única restrição é que o aluno não seja previamente praticante de meditação ou de treinamento de biofeedback de VFC. Os interessados poderão se inscrever enviando e-mail para o endereço vfc.med.ufmg@gmail.com.
O objetivo do estudo é mensurar os efeitos da meditação, com ou sem associação ao treinamento de biofeedback de VFC. “Também é nosso propósito identificar o quanto este biomarcador do equilíbrio do sistema nervoso autônomo pode ser um índice de vulnerabilidade ao estresse”, conta o pesquisador e mestrando do PPG Medicina Molecular, Régis Schroder Ramos.
O treinamento de biofeedback de VFC é feito por meio de sistema que consiga registrar os batimentos cardíacos e, por consequência, também a variação da frequência ao longo do tempo. “Este registro é apresentado em tempo real para o praticante que, alterando sua frequência respiratória e modulando sua atenção, consegue, com a prática, aumentar a variabilidade e torná-la mais coerente”, explica Régis. O estudo é orientado pelo professor do Departamento de Saúde Mental, Rodrigo Nicolato.
Segundo o pesquisador, evidências apontam para benefícios das duas práticas no manejo do estresse. Régis chama atenção para o agravamento dos quadros de saúde mental durante a pandemia de covid-19. “Estudos recentes em todo mundo têm revelado o quanto a pandemia aumentou os índices de estresse e adoecimento mental. A população de estudantes de Medicina, a despeito da pandemia, já apresentava patamares de estresse elevados em estudos feitos no Brasil e em outros países”, analisa.
A pesquisa utilizará um aplicativo, que está em fase final de desenvolvimento, com protótipo específico modelado para pesquisa. Um grupo de estudantes fará apenas meditação e o outro grupo praticará meditação em conjunto com o treinamento de biofeedback de VFC. Todo o ensaio será feito a distância. O grupo que será destinado para treinamento de biofeedback de VFC receberá um sensor cardíaco bluetooth, que será utilizado para as medições necessárias.
“Teremos aulas iniciais para treinamento das técnicas e acompanhamento semanal para monitoramento do progresso. O aceite dos termos iniciais, respostas aos inventários e testes, a gravação das práticas e as medições de VFC ocorrerão no próprio aplicativo, permitindo um acompanhamento amplo, mesmo sendo feito a distância”, pontua Régis.
A expectativa é que o estudo traga dados específicos sobre as técnicas. “Nossa experiência tem indicado que uma prática diária, de aprendizado simples, entre 10 e 30 minutos por dia, pode ser muito benéfica para o manejo e redução do estresse”, finaliza o pesquisador.