Pesquisadores estudam impactos na saúde mental após meses de pandemia

Nova etapa do estudo recruta voluntários para avaliar evolução dos impactos na saúde mental e seus desdobramentos


26 de novembro de 2020 - , ,


A sensação, após uma temporada de relativa estabilidade da pandemia no Brasil, era de passar o verão livre dessa confusão. Afinal, foram longos meses de muito estresse, medo e angústia. Mas, justamente agora, algumas regiões do país se deparam com a intensificação de casos da doença, o que pode trazer ainda mais impactos para a saúde mental. Conhecer a evolução desses impactos e o que se pode esperar no futuro é o objetivo da segunda etapa do estudo “Influência da COVID-19 na Saúde Mental da População Brasileira e de seus Profissionais de Saúde”, que busca por voluntários.

A realização do estudo é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação Brasileira de Impulsividade e Patologia Dual (ABIPD) e a Faculdade de Medicina da UFMG.

Qualquer adulto brasileiro pode se voluntariar para essa nova etapa, mesmo que não tenha participado da primeira. A participação consiste no preenchimento de questionário online, que traz perguntas sobre a história de vida, saúde, hábitos, sentimentos e comportamentos durante a pandemia.

Participar da pesquisa

Mais de 8 mil pessoas participaram da primeira fase do estudo, realizada há seis meses, para verificar a ocorrência de doenças psíquicas e impactos dessas doenças em pessoas com diagnósticos prévios à pandemia.

“A condição de saúde mental é diferente. Depois de seis meses de estresse, esperamos mais impacto agora”,

antevê Débora Marques de Miranda, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, com experiência em neurociência, e membro da equipe do estudo. 

Ela afirma que ainda é cedo para falar sobre os resultados da primeira etapa do estudo, mas que houve aumento expressivo nas taxas de depressão e ansiedade.

Ficamos desorganizados num primeiro momento, mas muita coisa mudou e agora vivemos a perspectiva de vacinas e de que talvez nem tudo esteja por se resolver”, observa a professora.

Por isso, de acordo com ela, é preciso conhecer a evolução dos impactos da doença após a primeira avaliação e entender o que melhorou e o que piorou. Assim, será possível se antecipar para minimizar impactos e se preparar para situações adversas.

“Teremos mais duas ondas pelo menos. É importante entender como foi nossa recuperação ou os desdobramentos de todos esses quadros paralelos indefinidos desse momento”, comenta.

Desdobramentos

A mesma pesquisa será feita a cada seis meses até 2022 para avaliar como realmente a população está se adaptando à pandemia de covid-19. Todos os participantes que manifestarem interesse podem receber relatório com retorno sobre seu quadro de saúde mental.  

Acesse o link da pesquisa: https://pt.surveymonkey.com/r/SaudeMental2

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