Problemas de zumbido podem ser amenizados com tratamento


19 de maio de 2016


O zumbido é um incômodo no ouvido em que uma pessoa escuta um ruído, mesmo quando não há existência de som. Entretanto, o zumbido não é considerado uma doença, mas um sintoma de perda de audição, por exemplo. Estima-se que, no Brasil, 25 milhões de pessoas tenham este tipo de incômodo.

O assunto foi abordado na manhã desta quinta-feira, 19 de maio, no 2Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, na palestra “Reabilitação Auditiva e do Zumbido”. O encontro foi ministrado pela otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da UFMG, Lígia Morganti e pelas fonoaudiólogas Natalia Dias e Cristiane Bueno. A professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade, Patrícia Mancini foi a debatedora do encontro.

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Lígia Morganti durante palestra no Congresso de Fonoaudiologia. Foto: Débora Nunes

De acordo com Lígia Morganti, o papel do otorrinolaringologista é identificar as causas e os fatores associados que podem influenciar a percepção do zumbido. Para, em seguida, dar o diagnóstico correto e propor tratamentos e medidas de reabilitação. Também é preciso saber características deste incômodo, há quanto tempo a pessoa sente dor, fatores que melhoram ou pioram e o grau de incômodo do zumbido.

Ainda segundo Lígia, é importante que o médico faça uma anamnese correta com o paciente, que é uma conversa que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença. “A maior parte da avaliação se resume na anamnese, ela precisa ser bem feita, com cuidado, com atenção ao paciente, prestando atenção em fatores externos associados”, afirmou. “Não é só ir direto ao exame, o paciente tem um sistema auditivo, que está interligado com as emoções. Então a gente tem que avaliar um indivíduo como um todo”, comentou.

Segundo Lígia, 90% dos zumbidos estão associados à alteração na audiometria, exame que avalia a capacidade do paciente para ouvir sons e que detecta alterações auditivas.

 Tratamento

O zumbido é um sinal de alerta para perda auditiva, hipersensibilidade ou dor crônica e há diversas formas de tratamento, que variam de acordo com cada caso. O incômodo também pode estar associado à ansiedade.

Existem vários tipos de tratamento para o paciente com zumbido. Dentre eles, o de medicamentos, terapia sonora, terapia cognitiva comportamental, neuromodulação, musicoterapia, acupuntura, dentre outros. A terapia sonora, por exemplo, adiciona sons para competir com o zumbido, fazendo com que o paciente reduza a atenção voltada ao zumbido ao escutar outro som menos perturbador.

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Fonoaudiólogos, estudantes e profissionais da área de saúde acompanham palestra sobre zumbido.

De acordo com a fonoaudióloga Natalia Dias, todos os pacientes precisam de algum tipo de tratamento. “Infelizmente, ouvimos pacientes com a orientação de que não tem nada para ser feito com o seu caso, que vai ter que aprender a conviver com isso”, contou. “Existem várias formas de tratamento e, em alguns casos, vamos conseguir uma melhora muito grande. Em outros, não vamos conseguir ajudar muito, mas a gente precisa conhecer para esgotar todas as possibilidades antes de falar que não tem nada para ser feito para melhorar o caso dele”, explicou a fonoaudióloga.

2º Congresso de Fonoaudiologia

O 2º Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, que acontece entre os dias 19 e 21 de maio, tem como tema central “Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento profissional”. Ao todo reúne mais de 400 participantes, formados por fonoaudiólogos, estudantes e profissionais da área de saúde. A programação completa e outras informações estão disponíveis em www.medicina.ufmg.br/congressofono