Professora participa da quinta turma do Faimer Brasil

Encontro presencial do Programa Faimer Brasil. De pé: José Miguel de Deus (UFG); Taciana F. Soares (UFMG); Mário Cesaretti (PUC e UNIFESP); Luís Tófoli (UFC); Isabela Back (UFSC); Valdes Bollela (USP-RP). Sentados: Francis Tourinho (UFRN); William P. Burdick (Drexel University College of Medicine e Faimer Filadélfia); Elaine Bezerra (UFRN); Gustavo Fraga (Unicamp)

A professora Taciana de Figueiredo Soares, do Departamento de Propedêutica Complementar (PRO), foi selecionada para integrar a quinta turma do Programa Faimer Brasil. Trata-se de uma especialização voltada para o aprimoramento de docentes de cursos de graduação na área de saúde. Anualmente, são ofertadas 25 vagas. No processo seletivo, cada candidato apresenta uma proposta de intervenção educacional que pretende desenvolver e estudar.

A iniciativa é da Foundation for Advancement of International Medical Education and Research (Faimer), organização sem fins lucrativos sediada na Filadélfia. No Brasil, o programa é coordenado pela Universidade Federal do Ceará e conta com o apoio e o financiamento do Ministério da Saúde.

Estudante pró-ativo

A proposta apresentada por Taciana foi batizada de Desenvolvendo competências para a abordagem racional em propedêutica laboratorial através de novas metodologias de ensino-aprendizagem na disciplina Patologia Clínica. Ela propõe o uso de estratégias diferenciadas na atividade didática e a discussão de temas relevantes no ambiente do consultório e no contexto do diagnóstico laboratorial, tais como epidemiologia e estatística, fisiopatologia, habilidades de comunicação e ética.

“A universidade precisa favorecer o estudante mais participativo e reflexivo. O aluno automatizado que apenas recebe informações sem contextualiza-las terá dificuldades para lidar com os desafios do mundo atual”, argumenta a professora. Ela conta que a proposta integra uma pesquisa maior desenvolvida pelo PRO, intitulada Estudo da relação entre o uso racional da propedêutica complementar e a prática do método clínico centrado na pessoa.

A direção que Taciana tomou foi estimulada por uma questão: porque os médicos solicitam tantos e desnecessários exames? Para ela, defeitos na habilidade de comunicação associados a uma prática médica pouco reflexiva fazem com que o consultório seja um ambiente de pouca conversa. “Se a queixa do paciente for ouvida e discutida com mais atenção, a abordagem no diagnóstico laboratorial será mais racional e efetiva”, comenta.

Nesse sentido, a proposta visa formar um estudante mais pró-ativo, utilizando métodos de ensino pautados na contextualização e problematização dos casos clínicos, simulações, estudos em pequenos grupos, utilização de interface virtual, elaboração de portfólios e mapas conceituais, e principalmente na motivação do estudante.

A experiência é inédita no PRO e será desenvolvida na disciplina Patologia Clínica II. Posteriormente, haverá uma avaliação onde serão aplicados questionários entre os estudantes para verificar se houve diferença no processo de aquisição de conhecimentos.

Imersão e trabalho em rede

A especialização tem duração de dois anos, nos quais acontecem duas sessões presenciais de dez dias em regime de imersão, intercaladas por sessões de educação à distância e trabalho em rede. Os temas trabalhados em atividades interativas englobam avaliação de estudantes, práticas docentes, educação à distância, aprendizagem do adulto, gerenciamento de conflitos, planejamento de projetos, pesquisa educacional, mérito acadêmico, pesquisa quantitativa e qualitativa, entre outros.

A quinta turma teve início com um encontro entre os dias 07 e 17 de fevereiro último, em Fortaleza. Na ocasião, os professores selecionados puderam dialogar com especialistas e gestores do Brasil e do exterior.

Taciana de Figueiredo Soares é a quinta professora da Faculdade de Medicina da UFMG a participar do curso. Em outras edições, foram selecionados os professores André Luiz Cabral, Geraldo Cury, Rosa Malena Delbone Faria e Victor Hugo de Melo.

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