Profissionais usam capacitação a distância para abordagem sobre dislexia e discalculia


20 de maio de 2016


As atividades de hoje, 20 de maio, do 2º Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, tiveram entre as discussões iniciais as “Experiências de Capacitação a Distância”. A palestra aconteceu no Salão Nobre da Unidade e foi ministrada pelas professoras do Departamento de Psicologia da UFMG, Ângela Maria Pinheiro e Annelise Julio. Já a debatedora convidada foi a fonoaudióloga Luciana Mendonça.

Ângela Maria Vieira Pinheiro 2

Para Ângela Maria, a capacitação a distancia contribui positivamente para a Saúde. Foto: Larissa Rodrigues

Para Ângela, a capacitação de profissionais a distância no Brasil tem avançado nos últimos anos para atender a demanda, gerando impactos sociais positivos na área da saúde. Mas, também há desafios. Uma das principais dificuldades é adequar às informações que são trazidas da Europa e dos Estados Unidos para a realidade do Brasil. “Essas iniciativas são muito importantes. Precisamos ter um cuidado especial com a capacitação dos nossos professores”, destacou Ângela.

A professora ainda trouxe como exemplo de cursos a distância o site DislexiaBrasil, um curso online e gratuito para capacitar professores sobre a dislexia, como identificá-la e o que se deve fazer em casos de suspeita da doença. O site foi baseado nas versões em inglês e francês que já existiam, mas, de acordo com Ângela, o objetivo é tornar o curso mais próximo da realidade brasileira. “Pretendemos mostrar como o modelo brasileiro de capacitação de ensino básico pode ser ajustado ao contexto de outros países que falam português. É um trabalho duro, mas sentimos a recompensa a cada dia”, afirmou.

Outro modelo de ambiente virtual de aprendizado mostrado foi o site Discalculia Brasil, elaborado pelo Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG.  Segundo Annelise, o curso foi baseado no DislexiaBrasil e surgiu a partir da necessidade dos profissionais em conhecer mais sobre a discalculia. “Essa doença é um distúrbio neurológico, em que a pessoa tem dificuldade persistente no aprendizado da matemática”, explicou Annelise. “Os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, principalmente os professores, precisam estar capacitados para saber como reconhecer e lidar com ela”, completou.

Annelise Julio

Annelise defende a necessidade do cuidado multidisciplinar . Foto: Larissa Rodrigues

Annelise também disse que essas duas doenças têm uma importante relação com a fonoaudiologia. “É importante fazermos uma abordagem multidisciplinar. Existem aspectos do aprendizado da matemática que depende de processos da fonoaudiologia, como os marcadores cognitivos e a representação verbal auditiva”, concluiu.

2º Congresso de Fonoaudiologia

O 2º Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, que acontece entre os dias 19 e 21 de maio, tem como tema central “Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento profissional”. Ao todo reúne mais de 400 participantes, formados por fonoaudiólogos, estudantes e profissionais da área de saúde. A programação completa e outras informações estão disponíveis em www.medicina.ufmg.br/congressofono