Projeto aplica questionário sobre percepção da comunidade em relação aos direitos das pessoas com deficiência

Ferramenta busca compreender atual situação e subsidiará ações futuras de adaptação às necessidades dos estudantes com deficiência na Faculdade de Medicina.


31 de maio de 2021 - , , , ,


O projeto de extensão “Acolhimento do estudante com deficiência pela comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina: como podemos melhorar?”, nomeado como Portas Abertas, convida toda a comunidade a responder a um breve questionário online sobre os direitos das pessoas com deficiência e as adaptações as suas necessidades. O objetivo é fazer uma análise situacional e identificar os pontos positivos ou aqueles que precisam melhorar para que a Instituição seja mais inclusiva.

Clique aqui para responder ao questionário.
Ele ficará disponível até 14 de junho. Se houver dificuldade em participar ou se desejar enviar dúvidas, sugestões e críticas, entre em contato com a equipe pelo e-mail projetoportasabertasPCD@gmail.com.

“O questionário foi preparado e validado. É fácil de responder, vai levar em torno de oito minutos. E os resultados são muito importantes para conhecermos a situação na Faculdade. Ele representa uma ferramenta nessa tarefa de conscientizar a comunidade sobre os direitos das pessoas com deficiência e o estabelecimento de uma agenda de trabalho nessa temática”, discorre a coordenadora do projeto, Taciana de Figueiredo Soares, professora do Departamento de Propedêutica Complementar.

“A partir dos resultados, faremos atividades voltadas para a educação continuada da comunidade, com vistas à efetiva implementação da lei de cotas para pessoas com deficiência no nosso ambiente”

“Quanto mais pessoas responderem o questionário mais teremos uma representação fidedigna de como a comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina percebe a acessibilidade e a inclusão em nossa Unidade e como compreende a política de reserva de vagas para estudantes com deficiência”, acrescenta a técnica em Assuntos Educacionais na UFMG, Caroline Stumpf Buaes, servidora integrante do grupo responsável pelo Portas Abertas. “Esse projeto oportuniza pensar sobre as diferenças que nos constituem e a criar um ambiente acadêmico cada vez mais acolhedor e inclusivo, no qual todas as pessoas se sintam, de fato, pertencentes a uma comunidade”, completa.

A estudante do 8º período de Medicina da UFMG, Carolina Rodrigues Fernandes, comenta que ao participar do projeto também tem aprendido mais sobre as leis em questão, além de que já presenciou o descumprimento delas por diversas vezes. “E quando vejo isso acontecer fico me perguntando: Será que não foi cumprida pelo desconhecimento de sua existência?”, reflete. Nesse sentido, a equipe acredita que, se a comunidade for orientada sobre essas legislações, o acolhimento dos alunos com deficiência e a permanência deles nos cursos, seja de Medicina, Fonoaudiologia ou Radiologia, serão facilitados.

A professora Taciana destaca que a pandemia de covid-19 tem impactado negativamente nessa situação, o que pode favorecer uma evasão maior desses alunos. “Então pretendemos trabalhar para que eles consigam finalizar sua formação. Esse é o principal objetivo. Nesse primeiro momento vamos fazer as atividades virtuais e tão logo que seja possível, vamos atuar presencialmente”, pontua.

Fique por dentro da Legislação:
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases para a educação Nacional;
Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que versa sobre a Acessibilidade da pessoa com deficiência;
Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que versa sobre os direitos das pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA);
Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, que indica o Estatuto da Pessoa com Deficiência
Lei 13.409, de 28 de dezembro de 2016, instituiu cotas para pessoas com deficiência em Universidades Federais

“Participar desse projeto me permite refletir e identificar a diversidade das dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam em seu dia a dia, reforçando um conceito que eu já tinha de que, embora a deficiência possa ser semelhante entre duas ou mais pessoas, ela nunca poderá ser reconhecida como a mesma, já que os impactos repercutem de forma diferente em cada indivíduo”, enfatiza a estudante Carolina.

“Esse projeto é essencial para nossa Faculdade. Pois, a partir das respostas que obtivermos nos questionários, vamos trabalhar para disseminar conhecimento sobre as leis e as particularidades de cada deficiência enfatizando sempre a importância de considerar a individualidade de cada pessoa”

Carolina Fernandes, estudante de Medicina

Portas Abertas

O projeto “Acolhimento do estudante com deficiência pela comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina: como podemos melhorar?” faz parte do Programa de Apoio a Inclusão e Promoção à Acessibilidade (Pipa) promovido pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFMG.

De acordo com a professora Taciana, a proposta foi aprovada em 2020, mas devido à pandemia não foi possível a sua implementação na época e, agora, em 2021, foi adaptado à situação, com a inclusão de atividades online. Sobre o nome Portas Abertas, ela conta que ter sido escolhido para fortalecer o projeto e reforçar o objetivo de uma Instituição mais inclusiva.

“Nossa ideia surgiu a partir da observação da dificuldade da comunidade, que reflete o cenário extra muro, em entender o que é deficiência, pessoas com deficiência e a legislação voltada a elas”, conta a coordenadora. “Elas têm direitos à educação, têm direito a acessibilidade, direito à permanência na nossa escola para completar sua educação. Por isso, o Portas Abertas vem como uma estratégia que pode permanecer – independente do edital Pipa. A ideia é que ele prossiga, que continue, que sirva como referência a outras unidades e, também, à comunidade externa”, afirma Taciana.

Entre as ações planejadas, a professora cita encontros virtuais, ou presenciais quando for possível, para difundir e discutir as questões relacionadas ao acolhimento dos alunos com deficiência, a partir das demandas que eles apresentarem. E essas questões vão além da infraestrutura da Faculdade, pode ser um pedido de mudança na forma de ofertar uma disciplina, um conteúdo específico ou de uma prova, por exemplo. “Não é só acolher. Todos nós também temos que colaborar para que eles completem a formação”, ressalta.

Além da professora coordenadora, a equipe do Portas Abertas é composta por servidores técnico-administrativos da Faculdade e estudantes. Também há parceria com os diretórios acadêmicos e outros alunos voluntários na organização e divulgação das atividades.

Para mais informações, entre em contato pelo projetoportasabertasPCD@gmail.com.