Projeto Família Positiva celebra 10 anos de acolhimento e luta contra o preconceito


27 de novembro de 2024 - , , ,


Foto: Arquivo pessoal

Na última terça-feira, 26 de novembro, o Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG foi palco da celebração dos 10 anos do Projeto Família Positiva. O evento reuniu professores, ativistas e representantes de movimentos sociais para um momento de reflexão, aprendizado e celebração.

A cerimônia contou com a presença da diretora da Faculdade, professora Alamanda Kfoury; do presidente do Grupo Família Positiva e coordenador da equipe de Educadores Comunitários da UPqVac, assistente social Jeferson Fonseca de Carvalho; do professor titular do Departamento de Pediatria e coordenador da Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac), dr. Jorge Andrade Pinto; e da assistente social Heliana Moura, representante do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas.

Com palestras e um bate-papo sobre a importância do acolhimento, o evento foi encerrado com uma apresentação artística da Drag Queen Nayla Brizad, celebrando a diversidade e a luta contra o estigma.

Um projeto de acolhimento e prevenção

Fundado há cerca de uma década, o Grupo Família Positiva nasceu de encontros realizados na Faculdade de Medicina por ativistas e integrantes de movimentos sociais. O objetivo inicial era discutir políticas públicas, mas logo ficou evidente a necessidade de criar um espaço de acolhimento.

“Percebemos que as pessoas não queriam apenas falar sobre políticas públicas, elas buscavam afeto, um abraço e serem vistas sem julgamento”, relata Jeferson Fonseca, presidente do grupo e único fundador ainda ativo.

O Família Positiva atua no acolhimento de pessoas que vivem ou convivem com o HIV em Belo Horizonte e Minas Gerais. Além disso, promove ações de prevenção, incentivo à adesão ao tratamento e conscientização. O contato inicial é feito pelas redes sociais, seguido por uma triagem que permite a integração ao grupo.

As atividades incluem reuniões bimestrais, rodas de conversa, encontros culturais, piqueniques e idas ao cinema e teatro. “Queremos que essas pessoas entendam que o vírus não define quem elas são. O diagnóstico muda a vida, mas ela continua”, destaca Jeferson.

Impactos positivos no tratamento

De acordo com Jeferson, médicos relatam que pacientes inseridos no grupo demonstram maior adesão ao tratamento. “Muitas vezes, as pessoas pegam a medicação, mas não vão às consultas ou vice-versa. Mostramos a importância do cuidado integral, com medicação, alimentação saudável, atividade física e acompanhamento médico regular”, reforça.

Apesar do acesso crescente a informações sobre prevenção e tratamento do HIV, o assistente social acredita que o tabu em torno do tema ainda persiste. “O problema é a falta de interesse em falar sobre isso”, avalia.

Lucas Braz, moderador do grupo, também ressalta a diversidade das pessoas que convivem com o vírus. “Não existe um padrão ou grupo de risco. Temos crianças, devido à transmissão vertical, e também idosos”, observa.

Com uma trajetória marcada por acolhimento, informação e combate ao preconceito, o Família Positiva segue promovendo mudanças significativas na vida de seus integrantes e na sociedade.

Acompanhe o grupo no instagram @familiapositivaBh

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