Projeto Pessoas avança para nova fase


27 de novembro de 2009


Profissionais da saúde e poder público se unem para investigar a prevalência do HIV em pacientes psiquiátricos com maior profundidade

Começa a fase dois do Projeto Pessoas, estudo nacional que tem como objetivo avaliar a prevalência da infecção pelo HIV, sífilis e hepatite B e C em instituições públicas de atenção à saúde mental. Para isso, o Pessoas leva em conta fatores como diagnóstico, comportamento e situação de risco de pacientes internados e em serviços substitutivos (CAPS).

A partir de um seminário de avaliação e proposição de metas, realizado este mês, a equipe do projeto decidiu introduzir propostas de intervenção voltadas para os profissionais de saúde, assim como dar continuidade ao processo de investigação iniciado, mas com maior profundidade na avaliação dos serviços de saúde mental com relação à prevenção das DSTs. Todos os serviços de saúde mental do estado de Minas Gerais serão avaliados.

Dentre outras coisas, também se pretende dizer qual é a real capacidade de atendimento do paciente psiquiátrico infectado pelo HIV, se existem programas de educação sexual, distribuição de camisinhas, orientação e sistema de referência ao paciente.

A idéia com isso é aprimorar o tratamento, os programas de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e também das infecções sexualmente transmissíveis (IST), atualmente sendo oferecidos a essa parcela da sociedade. Esta nova etapa terá duração de 18 meses, mas o projeto tem metas de longo prazo.

O coordenador do Projeto, professor Mark Drew Guimarães, do Departamento de Clínica Médica, explica que as análises da primeira fase do projeto apontaram para uma situação que ele considera ‘preocupante’.

“Há uma alta prevalência de infecção pelo HIV entre os pacientes psiquiátricos e esta população usa menos camisinha do que outras, embora estejam mais vulneráveis”, afirma o pesquisador, que recomenda o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção e assistência para essas pessoas.

O professor afirma ser de grande importância a contribuição da Universidade para promoção e divulgação do saber acadêmico a favor da sociedade. “A academia deve trabalhar junto com o serviço de saúde para a construção de uma política pública de prevenção efetiva”, destaca.

Participaram do seminário profissionais de saúde e pesquisadores, da UFMG, Rio de Janeiro e EUA, assim como representantes de instituições como o Ministério da Saúde, Universidade de Colúmbia, de Nova Iorque, e dos programas municipais de DST/AIDS e saúde mental.

Desenvolvido pelo Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação em Saúde (GPEAS), na UFMG o Pessoas reúne as faculdades de Medicina, Enfermagem e Farmácia, com ativas parcerias com os programas nacionais de DST/AIDS, de Saúde Mental e com o Instituto de Psiquiatria do Rio de Janeiro.

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Projeto Pessoas/UFMG