Qual a diferença entre gripe e resfriado?
Esses são termos que, corriqueiramente, utilizamos como sinônimos. Infectologista explica a diferença entre as doenças.
07 de março de 2025 - Gripe, Infectologia, resfriado, saúde com ciência, Vacinação
Apesar de serem usados como sinônimos no dia a dia, resfriado e gripe, na verdade, são doenças diferentes. É o que explica a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e convidada do Saúde com Ciência, Carolina Lins Vieira.
A professora explica que a gripe é uma doença causada pelo vírus influenza, que possui diferentes tipos. A principal característica da gripe é a presença de febre acompanhada de tosse. Por outro lado, o resfriado é caracterizado por um quadro mais leve. O paciente geralmente apresenta coriza ou rinorreia – o escorrimento do nariz – e, em certos casos, leve dor de garganta.
“Mas ele não chega a ter um quadro tão intenso quanto na gripe, sendo que o resfriado é causado por outros tipos de vírus. E aí nós vamos ter, por exemplo, o rinovírus, que é muito comum, ou o adenovírus”, detalha Carolina Lins. Ela segue, afirmando que em todos os casos de resfriado, o caso costuma ser significativamente mais ameno que um quadro gripal.
De acordo com Carolina, a confusão entre as doenças acontece por serem quadros respiratórios com formas de transmissão semelhantes. “A transmissão é de pessoa a pessoa, através de partículas que são eliminadas quando a gente fala, quando a gente tosse, espirra… Então isso confunde um pouco, e é muito difícil realmente a gente diagnosticar”, detalha a especialista.
Ela explica ainda que os testes para gripes e resfriados não são tão comuns quanto os testes para a covid-19, por exemplo, e isso dificulta a identificar os quadros.
“É a chamada famosa virose. Os pacientes às vezes ficam muito aborrecidos, né: ‘eu vou ao médico, é uma virose, é sempre uma virose’. É porque a gente tem muitos tipos de vírus, mas nem sempre é possível identificar, fica essa generalização que contribui um pouco para essa confusão. O que vai determinar a gravidade de uma doença é uma interação muito complexa que acontece entre o vírus e o hospedeiro, ou seja, a pessoa”.
Professora Carolina Lins Vieira
A professora finaliza, alertando que mesmo uma infecção mais leve como a de um resfriado pode evoluir para um quadro respiratório mais grave em pacientes imunossuprimidos. Idosos, os recém-nascidos, os lactantes, as crianças muito pequenas, as pessoas portadoras de comorbidades, como o diabetes são alguns dos grupos mencionados por ela.
Além deles, pacientes de câncer em quimioterapia, portadores do vírus do HIV não controlado, pacientes de doenças hepáticas e renais são alguns dos grupos de risco para os quais a professora afirma ser necessário redobrar o cuidado com as doenças infecciosas respiratórias e, sempre que possível, se proteger através da vacinação.
Ouça o podcast na íntegra:
Saúde com Ciência
No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, conversamos sobre gripes e resfriados. Explicamos as semelhanças e as diferenças entre as doenças e como se prevenir de ambas. Além disso, também iremos discutir variantes da gripe, como as popularmente chamadas gripe suína e gripe aviária.
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.