Relação entre o câncer de mama e o envelhecimento norteia atividades no HC
11 de outubro de 2016
Intitulado “Nós e o outubro: o câncer de mama e o envelhecer”, evento contará com roda de conversa entre especialistas e pacientes; blogueira e jornalista Kátia Soares é uma das convidadas
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo depois do de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para 2016 é de 57.960 novos casos da doença, que é relativamente rara antes dos 35 anos, mas que cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. E apesar de todos os avanços na detecção cada vez mais precoce do câncer de mama, mulheres com mais de 70 anos apresentam diagnóstico tardio quando comparado ao das mais jovens.
O motivo, segundo especialistas, seria a redução do vínculo de mulheres idosas com o ginecologista após a menopausa e, consequentemente, dos exames preventivos. Para conscientizar as mulheres da importância de estarem atentas a alterações e buscar o serviço de saúdeem todas as fases da vida, incluindo a terceira idade, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoverá uma série de atividades alusivas ao Outubro Rosa, campanha de combate ao câncer de mama realizada durante este mês em todo o mundo, e ao Dia Internacional do Idoso, comemorado em 1º de outubro.
Intitulado “Nós e o outubro: o câncer de mama e o envelhecimento”, o evento será aberto na próxima sexta-feira (14), com atividades também no dia 27 de outubro. De 9h às 12h, acontecerá a roda de conversas “O câncer de mama e o envelhecimento”, com a participação da jornalista Kátia Soares, do blog “Viver Bem até os 100”, da psico-oncologista Marília Aguiar, do geriatra Edgar Gabriel Nunes, do mastologista Gabriel de Almeida Junior e da integrante da ONG Pérolas de Minas, Mary Romeros. Em seguida, o Trio de Músicos da Orquestra da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) fará o encerramento das atividades.
Já no dia 27, das 9h às 12h, será realizado um aulão de ginástica no Ginásio Jenny Faria com profissionais do Laboratório do Movimento da UFMG, como forma de chamar a atenção para a importância da prática de exercícios físicos. Paralelamente, haverá intervenções teatrais, distribuição de folder informativo, oficina criativa e distribuição de balão rosa com o palhaço Tatu, todas elas em parceria com o SESC. Nos dois dias, serão distribuídos laços rosas, confeccionados por um grupo de idosas em tratamento no hospital, representando a relação entre o câncer de mama e o envelhecimento. Todas as atividades acontecerão no Instituto Jenny de Andrade Faria, anexo do HC-UFMG especializado na saúde do idoso da mulher.
Mudança de paradigmas
Segundo o médico geriatra Edgar Nunes, coordenador do Ambulatório de Geriatria do HC-UFMG, é preciso mudar o pensamento que estabelece que a mulher deve ser acompanhada apenas até a menopausa. “Para isso, há dois anos, criamos o Ambulatório de Ginecologia Geriátrica para atender as idosas. Estamos tentando mostrar que a mulher, após a menopausa, continua sendo mulher. Atrás de uma mama existe uma mulher que nós, profissionais da saúde, temos que cuidar, seja ela nova ou velha”, assegura.
O mastologista do HC-UFMG, Gabriel de Almeida Junior, diz que mulheres com mais de 70 anos acabam sendo submetidas a tratamentos parcialmente adequados, ocasionando uma maior possibilidade de morte pela neoplasia mamária, em decorrência das comorbidades que acompanham a paciente nessa faixa etária, como as doenças cardíacas, pulmonares e circulatórias. “Por isso, é necessário que se faça um planejamento individualizado, procurando estabelecer os riscos e benefícios entre o tratamento do câncer, bem como sua possibilidade de reincidência e as possibilidades de complicações decorrentes das demais doenças previamente diagnosticadas na paciente em questão”, afirma.
Com Assessoria de Comunicação do Hospital das Clínicas da UFMG.