Relaxamento provocou recrudescimento da pandemia, afirma infectologista da UFMG

Em entrevista à Rádio UFMG Educativa, Vandack Nobre – professor da Medicina – afirma que a cobertura vacinal deve alcançar ao menos 70% da população.


17 de dezembro de 2020


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Imagem microscópica do novo coronavírus, causador da covid-19Spawns/Getty Images

Boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira, dia 16, pela Prefeitura de Belo Horizonte informa que a ocupação de leitos de enfermaria para a covid-19 chegou a 52,3%. O alerta amarelo é aceso quando o nível passa de 50%. Esse dado, aliado ao de ocupação de UTI (64,2%) e à taxa média de transmissões por infectados (1,07), mostra que a pandemia ainda não acabou. Pelo contrário, é preciso que a atenção continue, assim como os cuidados de distanciamento e higiene, para evitar a propagação acelerada na cidade.

Centenas de estudos para entender e combater o vírus estão sendo desenvolvidos, inclusive relacionados com o desenvolvimento de vacinas. A Prefeitura de Belo Horizonte fechou acordo com o Instituto Butatan, de São Paulo, para aquisição do imunizante e negocia com a UFMG o uso de ultrafreezers para armazenar vacinas a baixas temperaturas.

Enquanto isso, o cuidado deve ser redobrado, recomenda o clínico e infectologista Vandack Alencar Nobre Júnior, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.  “A pandemia, infelizmente, não acabou e não acabará enquanto não tivermos um índice de vacinação que possibilite alcançar a chamada imunidade de rebanho, algo em torno de 70% da população protegida”, informa Nobre, em entrevista ao Programa Conexões da Rádio UFMG Educativa.

O professor atribui o crescimento do número de casos de infectados no país a uma questão comportamental. Desde o início, os cuidados são os mesmos: usar máscara, higienizar as mãos com água e sabão e álcool em gel, manter o distanciamento, mas as pessoas relaxaram. “Infelizmente, fomos relaxando, sobretudo após o período em que o número de casos caiu de forma considerável justamente por causa desse período de restrições”, relata Vandack Nobre. De acordo com o professor, essa situação trouxe uma falsa sensação de que as coisas estavam resolvidas. 

Na entrevista ao Conexões, Vandack Nobre também abordou os estudos sobre as vacinas e sobre critérios e estratégias de distribuição pelo país.

Ouça a conversa.

Produção: Jaiane Souza e Luiza Glória
Publicação: Jaiane Souza


Centro de Comunicação da UFMG