Revitalização da Bacia do Rio das Velhas teve avanços e lida com desafios
Na nova série de rádio “Objetivos do Milênio”, saiba mais sobre o que foi feito na tentativa de revitalizar a Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas
03 de abril de 2017
Na nova série de rádio “Objetivos do Milênio”, saiba mais sobre o que foi feito na tentativa de revitalizar a Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, maior afluente do São Francisco
No ano 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, adotados por 191 países. A ideia era que houvesse um esforço para a criação de políticas que melhorassem a situação, até 2015, de questões como redução da miséria e pobreza, desenvolvimento social, direitos das mulheres e cuidados com o meio ambiente. Esta última foi direcionada para evitar a redução da biodiversidade e adotar medidas e programas sustentáveis, diminuindo a perda de recursos ambientais.
O professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina e coordenador do Projeto Manuelzão da UFMG, Antônio Leite, atua na área de políticas de saúde e meio ambiente. O Manuelzão, desenvolvido pela Faculdade, é responsável pela revitalização da região ambiental da Bacia do Rio das Velhas, em Minas Gerais. O professor comenta o cenário encontrado pelo projeto, quando ele teve início em 1997. “Nós encontramos uma Bacia do Rio das Velhas degradada. A capital Belo Horizonte, com seus 2,5 milhões de habitantes, despejava praticamente todo o seu esgoto in natura em córregos que iam para o Rio das Velhas”, afirma.
A situação começou a mudar em 2001, com a criação da Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão Arrudas. Cinco anos depois, foi a vez da inauguração da Estação do Ribeirão da Onça, que coleta e trata parte do esgoto da capital mineira. Ainda há regiões da cidade que não têm esgoto tratado, mas Antônio Leite diz que algumas metas foram ou estão sendo implantadas. “A poluição da Bacia diminuiu bastante. Tínhamos metas para, até 2014, ser possível nadar, pescar e navegar”, aponta. Segundo ele, esses objetivos foram parcialmente atingidos: “Hoje, até próximo de Lagoa Santa, é possível pescar, utilizar a água e fazer a navegação com pequenos barcos”.
A questão do desmatamento é outra preocupação. A expansão das atividades agrônomas relacionadas à pecuária e monocultura ameaça biomas como o da Amazônia. Para o especialista, a execução das políticas ambientais é crucial para reverter o quadro. “É necessário que não se desmate mais. Os governantes devem criar, efetivamente, políticas de recuperação de áreas e de exploração mais racional e sustentável de regiões, como a da Amazônia”, alerta com o exemplo.
As metas atuais do Projeto Manuelzão também envolvem a universalização do saneamento básico. Os esforços estão voltados para o abastecimento de água, a diminuição do lançamento de resíduos sólidos e o controle de vetores de doenças ligadas à falta de tratamento do esgoto, como dengue, febre chikungunya e zika vírus, todas transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Luís Gustavo Fonseca | Edição: Lucas Rodrigues