Simpósio discute saúde indígena e políticas informadas por evidências
Evento conta com participações da nação Blackfoot, do Canadá, e do Instituto Norueguês de Saúde Pública
08 de outubro de 2019 - Atenção Primária, Evidências Qualitativas, Saúde Coletiva, Saúde Indígena
A Faculdade de Medicina da UFMG receberá o Simpósio Internacional de Evidências Qualitativas para Decisão em Atenção Primária à Saúde e Determinantes Sociais nos dias 14 e 15 de outubro. As principais temáticas do evento serão a necessidade de capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a partir de políticas informadas por evidências, a Atenção Primária à Saúde (APS) e os direitos sociais direcionados à população indígena.
De acordo com o professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social, Ulysses de Barros Panisset, as políticas informadas por evidências se diferem da medicina baseada em evidências por levar em conta não apenas os apontamentos científicos, mas também determinantes sociais que podem influenciar as decisões. “A medicina baseada em evidências é uma coisa muito dura, cuja aplicação muitas vezes não é possível, em função de outros fatores”, explica Panisset.
Dentre os fatores, ele cita elementos como a pressão social, as vulnerabilidades sociais de determinadas populações e as constrições orçamentárias. “A política baseada em evidências leva esses fatores em conta não apenas no desenvolvimento das políticas de saúde, mas também no momento de buscar garantias de que essas políticas sejam implementadas e recebidas pela sociedade”, completa o professor.
Para debater as necessidades de capacitação dos ACS, será realizado um Diálogo Cidadão, no dia 14, no Salão Nobre da Faculdade. O diálogo acontece das 10h30 às 17h30 e contará com a participação de gestores locais de saúde, da secretária municipal adjunta de saúde, Taciana Lima Carvalho, do subsecretário de promoção e vigilância à saúde, Fabiano Pimenta Júnior, além de agentes comunitários de saúde, um agente de saúde indígena e um agente indígena de saneamento. Os participantes poderão acompanhar a deliberação sobre as políticas de saúde e participar da discussão por meio de janelas abertas pelos facilitadores para a realização de perguntas da plateia.
Para conferir a programação completa, acesse o site do evento.
Saúde e determinantes sociais indígenas
Já no dia 15 de outubro, o destaque da programação é a mesa-redonda sobre a Atenção Primária à Saúde direcionada à Saúde e aos direitos sociais indígenas. A discussão terá participação de lideranças indígenas de diferentes etnias em Minas Gerais, representantes da gestão de saúde e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), além do Chefe Stanley Charles Grier, da Confederação Blackfoot do Canadá, e dos pesquisadores Blackfoot William Wadsworth e Chyloe Healy. Completando a delegação canadense estará a professora da Universidade de Alberta e especialista em políticas de saúde, Stephanie Montessanti.
O professor Ulysses Panisset afirma que, devido às mudanças de vivência e de hábitos experimentadas pelas populações indígenas nas últimas décadas, a medicina tem observado um aumento nos índices de diferentes doenças nessas comunidades, temática dos estudos da professora Montessanti. “Ela trabalha a tradução do conhecimento das evidências para a prevenção e o desenvolvimento de serviços para doenças não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e sofrimentos mentais”, conta Panisset.
QESymposium
O evento atuará como satélite do simpósio “Usando evidências qualitativas para informar as decisões na era dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: novas fronteiras e inovações“ (QESymposium), realizado de 9 a 11 de outubro, em Brasília. O QESymposium é promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública, com co-participação da Faculdade de Medicina da UFMG.
Inscrições
Para participar do simpósio, acesse o formulário de inscrição. Mais informações na página do evento.
Transmissão
O evento será transmitido ao vivo pelo canal do Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade de Medicina no Youtube.
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