Subsecretaria de CT&I de Minas apoia NeuroVila; proposta de ‘cidade inteligente’ quer unir ciência, arquitetura e poder público pela saúde mental
Iniciativa de pesquisadores do INCT em Neurotecnologia Responsável, da Medicina e da Arquitetura da UFMG, propõe a construção de um espaço físico com diversas atividades e pesquisas voltadas à promoção da saúde mental e à inovação social. A ideia ousada tem como base os princípios da Pesquisa e Inovação Responsáveis (PIR ou RRI).
16 de outubro de 2025 - CTMM

O subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, Lucas Mendes, visitou na terça-feira (14) o Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina da UFMG. O local é a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (INCT NeuroTec-R).
Em companhia de assessores do Invest Minas, agência de promoção de investimentos do governo do estado, eles conheceram as instalações e foram esclarecidos sobre o uso dos equipamentos de ponta que o espaço dispõe, assim como de suas aplicações, inclusive sobre possíveis outros usos em diferentes áreas do conhecimento.
O foco, no entanto, foi o NeuroVila. Esta ambiciosa iniciativa que propõe transformar a maneira como ciência, urbanismo e ações de promoção da saúde mental se encontram. O objetivo é construir um espaço onde se possa promover a sinergia de todos os recursos disponíveis no CTMM e em vários outros projetos e serviços públicos. Essa organização tem o potencial de permitir resultados mais sustentáveis e objetivos para a população e desenvolvimento do conhecimento na área.
Uma cidade para pensar a mente
Em outras palavras, NeuroVila é uma iniciativa multidisciplinar da UFMG, desenvolvida por pesquisadores do INCT NeuroTec-R, com ativo envolvimento da Escola de Arquitetura, que envolve criar um espaço urbano experimental e modulado. Uma “cidade inteligente” voltada à saúde mental, ao bem-estar e ao desenvolvimento social.
Tecnicamente ele ainda é um metaprojeto. Ou seja, não se trata de um projeto pronto ou fechado. Aquele que traz toda a descrição dos insumos e orientações necessárias para a estruturação técnica e concepção dos passos de um empreendimento, grandioso. O projeto exige respostas mais objetivas, como “onde será realizado”. De caráter dinâmico, um metaprojeto é um modelo que considera todas as hipóteses possíveis. NeuroVila ainda pode ser visto como uma proposta de um conceito.
Quando concretizada, a iniciativa deverá testar, em escala real, soluções baseadas em evidências científicas para promover o cuidado integral da mente e do cérebro. Trata-se de um verdadeiro laboratório vivo para políticas públicas.
Para isso, pretende integrar atividades artísticas, sociais e terapêuticas com base nos princípios da Pesquisa e Inovação Responsáveis (RRI), descritos nesta página do INCT NeuroTec-R.
Busca de parceria com o Estado
Os professores Marco Aurélio Romano-Silva e Débora Marques Miranda, coordenadores do CTMM, receberam o subsecretário e sua equipe. Ao lado deles, os também professores Bernardo de Mattos Viana, subchefe do departamento de Psiquiatria e cocoordenador do Cog-Aging, grupo dedicado ao estudo da cognição e do envelhecimento; e Maurício Campomori, coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas em Planejamento Físico (Cepplan) da Escola de Arquitetura da UFMG. Todos, pesquisadores do INCT em Neurotecnologia Responsável.
Lucas Mendes elogiou a proposta do NeuroVila e manifestou apoio ao projeto. Ele também convidou os membros do CTMM a participarem de outras iniciativas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) que vêm sendo desenvolvidas pelo Estado.
Tríplice hélice e inovação colaborativa
Com vasta experiência em CT&I, Lucas Mendes tem adotado a chamada política da tríplice hélice. Neste modelo de Inovação há a integração entre universidade, governo e setor produtivo para gerar inovação e empreendedorismo.
A interação entre esses três pilares é essencial para transferir conhecimento, fomentar o desenvolvimento econômico e fortalecer políticas públicas de inovação. O modelo, aliás, é bastante alinhado com os princípios de RRI, preconizados pelo Centro da Faculdade de Medicina.
A aproximação entre o CTMM e a Subsecretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais (Sect), que, por sua vez integra à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), abre novas perspectivas de colaboração institucional e viabilização do NeuroVila.
A expectativa é de que a iniciativa se torne um modelo de referência nacional em cidades inteligentes voltadas à saúde mental. Os responsáveis pela iniciativa vêm a proximidade com a pasta de Ciência e Tecnologia estadual como mais uma fonte de esperanças de sucesso e realização.
Para saber mais sobre o NeuroVila e participar: inctneurotecr@gmail.com
Marcus Vinicius dos Santos – jornalista CTMM Medicina UFMG