Tecnologia ajuda a aprimorar terapia fonoaudiológica

Aplicação de jogos e novos equipamentos em tratamento aumenta adesão de pacientes e promove melhores resultados


19 de abril de 2016


Aplicação de jogos e novos equipamentos em tratamento aumenta adesão de pacientes e promove melhores resultados

A terapia fonoaudiológica é indicada em casos de distúrbios da comunicação oral e escrita, da deglutição e para o aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz, dentre outras situações. No entanto, esses processos de reabilitação são, muitas vezes, demorados e exigem esforço e disciplina do paciente, o que pode ocasionar o abandono do tratamento antes de sua conclusão.

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Aparelho é encaixado na boca do paciente e funciona como um controle de jogos digitais a partir dos movimentos da língua.

Por isso, a aplicação de tecnologias nas praticas terapêuticas além de despertar interesse no paciente, pode ser fonte de informações precisas para o fonoaudiólogo. É o que afirma fonoaudióloga Renata Furlan, especialista em motricidade orofacial e palestrante convidada para o 2o Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, que será realizado entre os dias 19 e 21 de maio.

Ela conta que as técnicas terapêuticas tradicionais, apesar de obterem resultados positivos, já não são capazes de atender as demandas do público a que se destinam, constituído, em grande parte, por crianças. Assim, para que esse processo atinja o sucesso, é importante que o indivíduo esteja esclarecido e motivado. “Motivar a criança, por sua vez, é um desafio para os terapeutas, pois, muitas vezes, elas não compreendem a importância e a finalidade do tratamento”, conta.

Para solucionar a questão, Renata esclarece que, a partir de uma percepção do interesse de crianças e adolescentes, têm sido desenvolvidas técnicas que introduzem os jogos digitais na terapia. “A prática alia o processo de reabilitação aos interesses do público alvo e o resultado disso é o aumento da adesão do paciente ao tratamento e consequentemente o sucesso terapêutico mais rápido”, diz ela.

Instrumentos desenvolvidos na UFMG garantem melhores resultados para terapias

Uma das tecnologias que promovem essa inovação é o T-station, aparelho que é encaixado na boca do paciente e funciona como um joystick para controle de jogos digitais a partir de movimentos realizados com a língua. Os movimentos promovem a reabilitação da força e da mobilidade do órgão. O dispositivo gera também relatórios detalhados que permitem ao fonoaudiólogo customizar os jogos. “É possível, por exemplo, modificar a força a ser realizada pela língua e o tempo de contração muscular, dentre outros parâmetros, conforme necessidade de cada paciente”, acrescenta Renata.

Além disso, têm sido desenvolvidos equipamentos que auxiliam na medição de força da língua e dos lábios, chamados Forling e Forlab. Os instrumentos também fornecem um retorno visual tanto para o paciente como para o fonoaudiólogo. Os equipamentos foram idealizados pelo Grupo de Engenharia Biomecânica da UFMG, que desenvolve, entre outros, projetos na área de motricidade orofacial.

Em sua palestra, “Jogos computacionais na motricidade orofacial”, que acontece no dia 19 de maio, a especialista conta que serão apresentados os resultados da utilização do T-station com adultos, adolescentes e crianças com e sem comprometimentos na língua.

Sobre o congresso

A segunda edição do Congresso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG tem como tema a “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Profissional”. O evento será realizado entre os dias 19 e 21 de maio e é destinado a estudantes de graduação e pós-graduação, residentes e profissionais da área de saúde e educação. As inscrições podem ser feitas através do site do Congresso, ou durante o evento, com diferentes valores para estudantes e profissionais.

A programação do evento inclui mesas multidisciplinares, palestras, minicursos e oficinas que discutirão como as novas tecnologias auxiliam no diagnóstico e tratamento dos distúrbios da comunicação. Os avanços nas áreas de audiologia, linguagem, motricidade orofacial, voz e saúde coletiva também serão debatidos.