UFMG é destaque na produção nacional de ciência e pesquisa
Segundo estimativa, cerca de 90% da produção científica do Brasil é originada em universidades públicas, como a UFMG.
08 de agosto de 2025 - Ciência, Pesquisa, saúde com ciência, UFMG, Videocast
Em 2023, o Brasil publicou quase 157 mil artigos científicos, com 75% deles em acesso aberto. Esse número elevou o país à décima posição mundial em produção científica. De acordo com o pró-reitor de Pesquisa da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, Fernando Reis, as universidades públicas brasileiras respondem por mais de 90% da produção científica do país.
“Esse é o lugar de produção científica no Brasil. Isso não é o ideal, nós deveríamos ter uma participação maior das empresas”, ressalta Fernando. O professor segue, afirmando que o país trabalha para engajar mais a iniciativa privada na produção de ciência. “Esse é um trabalho que está sendo muito intenso no Brasil todo, em Minas Gerais, com destaque para as ações da Fapemig”, explica.
Ao mesmo tempo, Fernando Reis afirma que é preciso valorizar a pesquisa de alta qualidade feita nas instituições públicas, porque é com essa pesquisa que o Brasil pode contribuir e já está contribuindo para o avanço tecnológico de diversas áreas, não apenas dentro do país, mas ao redor do mundo.
Em termos de exemplos de produções importantes realizadas pela UFMG, o pró-reitor destaca a ação da universidade durante a pandemia de covid-19. A UFMG apoiou o enfrentamento da pandemia em várias pesquisas, em atividades ensino e extensão. Ela foi responsável por testar vacinas como a Janssen, a Pfizer e a Sinovac, Instituto de Ciências Biológicas quanto na Faculdade de Medicina. Além disso, a primeira vacina 100% brasileira, a Spintec, está sendo desenvolvida e testada pela UFMG, por meio do CTVacinas.
“Eu digo que a UFMG, além de ter participado de importantes ensaios clínicos, ou seja, testes em larga escala em seres humanos de vacinas que hoje estão disponíveis para a população, também se destaca no desenvolvimento de vacinas. A UFMG participou intensamente no desenvolvimento da vacina contra a dengue que o Butantã deve lançar em breve. A UFMG tem essa linha de desenvolver de vacinas contra várias doenças infecciosas e negligenciadas. O próprio CTVacinas tem, na sua linha de pesquisa, vacinas já em estado bastante avançado para, por exemplo, malária, leishmaniose e até doença de Chagas, que até hoje não existe uma vacina comercial, mas a UFMG está trabalhando nisso”.
Professor Fernando Reis
O pró-reitor finaliza, reforçando que a força científica da UFMG é de nível internacional, e que suas contribuições para a produção do país são diversas. Para além das vacinas, ele aponta outras áreas nas quais o Brasil e a universidade são referências mundiais de produção científica, como a exploração de gás e petróleo; a área de nano-materiais; e diversos processos computacionais, dentre eles a inteligência artificial.
Ouça o podcast na íntegra:
Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, conversamos sobre como é fazer ciência no Brasil. Explicamos como é a rotina de um pesquisador, como se dá a formação de novos cientistas e o papel de destaque ocupado pela UFMG na produção de ciência do país. Além disso, traçamos conjecturas sobre o futuro da pesquisa e ciência brasileiras.
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a quinta-feira, às 7h15, no programa Bom Dia UFMG. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.