UFMG sobe três posições e está entre as 10 melhores universidades da América Latina
Presença destacada na classificação da Times Higher Education (THE) é resultado de esforço da instituição em aprimorar coleta de dados para refletir melhor a sua realidade.
10 de dezembro de 2025 - Ranking, UFMG, UFMG em rankings

Foto: Foca Lisboa | UFMG
A UFMG é a 10ª melhor universidade da América Latina segundo o mais recente ranking divulgado pela Times Higher Education (THE). A Universidade subiu três posições em comparação ao levantamento divulgado em 2024. Na nova classificação, a UFMG aparece como a sexta melhor do país e a terceira melhor federal.
Em reportagem publicada em seu website, a THE explica que alterações metodológicas provocaram a mudança na colocação de algumas universidades no ranking. Antes, a pontuação das instituições era baseada apenas em comparações entre as universidades latino-americanas. Neste ano, o ranking considerou, pela primeira vez, a base de dados global do Ranking Mundial de Universidades, que cobre o período de 2020 a 2025.
Os cincos pontos considerados para a avaliação foram o ensino (ambiente de aprendizado), o ambiente de pesquisa (volume e reputação), a qualidade da pesquisa (excelência e influência), a internacionalização (de estudantes, pesquisa e servidores) e a indústria (investimentos e patentes).
O professor Dawisson Belém Lopes, diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais (EGDI), afirma que, além de ter melhorado a sua pontuação em todos os pilares da avaliação, como ensino, pesquisa e internacionalização, a UFMG também tem se dedicado a aprimorar a coleta dos dados fornecidos às agências produtoras de rankings com o auxílio de suas unidades acadêmicas e administrativas.
Esse trabalho é coordenado pelo Escritório de Dados, criado em 2023 pela reitora Sandra Goulart Almeida. “Os rankings não pautam o nosso projeto acadêmico e social, mas devem ser mais bem compreendidos para refletir melhor a nossa realidade. A forma como a Universidade passou a se relacionar com os instrumentos de classificação de desempenho mudou, e isso tem-se materializado em recentes avaliações de diferentes perfis, como o ranking de sustentabilidade da QS e o de ciência interdisciplinar da própria THE, nas quais a UFMG aparece em posições de destaque”, sustenta a reitora.
Dawisson Lopes acrescenta que figurar entre as 10 melhores da América Latina também contribui para a visibilidade da Universidade: “Uma boa posição no ranking nos oferece mais possibilidades de projetar os nossos pesquisadores e os resultados da nossa atividade acadêmica. Esse trabalho faz parte de uma estratégia para cumprirmos a nossa missão social e para desempenharmos, da melhor forma possível, a nossa vocação para servir ao país e à comunidade.”
Recuperação em curso
A reportagem publicada no website da THE explica que o bom posicionamento das universidades brasileiras no ranking latino-americano ocorreu na contramão das restrições orçamentárias impostas nos últimos anos. Na avaliação de Dawisson Belém Lopes, o predomínio das instituições brasileiras no ranking (sete das universidades do top 10 são brasileiras) mostra que o país está se recuperando dos anos de pouco investimento e dos ataques à educação e à pesquisa perpetrados pelos dois governos anteriores.
“Depois do que as instituições de ensino sofreram nesses governos com subfinanciamento, precarização das condições de trabalho e campanhas difamatórias, começamos a nos reerguer em termos de recomposição de orçamentos e da recuperação do prestígio da universidade como instituição chave para a construção do futuro do país. As universidades brasileiras, especialmente as públicas, são responsáveis por quase 90% de toda a nossa produção científica. Se o estado brasileiro não apoiar as universidades, elas não conseguirão fazer as entregas sociais na proporção que lhes é demandada. O ranking mostra que as capacidades estatais estão sendo recompostas”, conclui Belém Lopes.

Foto: Foca Lisboa | UFMG
Centro de Comunicação da UFMG (Cedecom)