Visita domiciliar no cuidado à pessoa com doença falciforme


08 de setembro de 2014


Estratégia de promoção da Saúde será discutida durante encontro de agentes comunitários

Considerado um dos mais importantes recursos na prática da Saúde da Família, a visita domiciliar é o principal instrumento de trabalho do agente comunitário de Saúde (ACS). A ação representa um instrumento facilitador de abordagem e aproximação entre usuário e equipe, contribuindo para a promoção da Saúde.

A visita domiciliar será um dos temas centrais do 1º Encontro Mineiro de Agentes Comunitários de Saúde – Doença Falciforme: Linha de Cuidados, realizado entre os dias 18 e 20 deste mês, em Belo Horizonte. Promovido pelo Centro de Educação e Apoio para Hemoglobinopatias (Cehmob-MG http://www.cehmob.org.br/), uma parceria entre Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad) e Fundação Hemominas, o evento propõe debater o papel do ACS no cuidado à pessoa com doença falciforme.

“Queremos discutir a inserção de questões relacionadas à doença falciforme no roteiro da visita domiciliar”, observa a enfermeira do Cehmob-MG e coordenadora da Comissão Organizadora do evento, Aline Batista. “A proposta é sensibilizar o ACS sobre a importância do seu trabalho para a adesão do usuário ao serviço de Saúde e o auxílio no tratamento”, opina.

Para a médica do Cehmob-MG, Mila Cintra, que atua na Estratégia de Saúde da Família, a visita domiciliar é importante para conhecer melhor a realidade das famílias, aumentar o vínculo desta com os profissionais de saúde e promover a prevenção e educação em saúde. “A partir da visita podemos verificar as ações de vigilância à saúde nos diversos ciclos de vida, acompanhar o tratamento e manter o cuidado integral de forma humanizada”, explica.

No caso das pessoas com doença falciforme, a atividade é fundamental e deve ser realizada também por outros profissionais de Saúde, como médico, fisioterapeuta e nutricionista, quando necessário. “O ACS vai procurar identificar e caracterizar aquela família, tanto no contexto sócio econômico, quanto nas demandas de saúde”, alerta Aline.

Dentre os principais aspectos a serem observados pelo ACS na visita domiciliar, considerando a pessoa com doença falciforme, estão o monitoramento da vacinação básica e especial, o uso profilático de antibiótico até os cinco anos de idade, o comparecimentos às consultas agendadas e a ocorrência de internações.

Segundo Mila, é preciso verificar as dificuldades pelas quais a pessoa possa estar passando: “Por meio do olhar atento do ACS, a equipe estará a par das condições de saúde e prioridades, possibilitando planejar e agir conforme necessário”.