Conheça melhor as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti


01 de julho de 2015


Foto: Ministério da Saúde

Foto: Ministério da Saúde

O Brasil vive, esse ano, uma epidemia de dengue. Já são mais de 745 mil casos registrados, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Além do grande número de casos da doença, o que também preocupa é que o mesmo vetor que a transmite, o mosquito Aedes aegypti, também é o responsável pelo contágio da febre chikungunya e o zika vírus, enfermidades semelhantes e que vem se espalhando pelo país.

A professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e infectologista, Marise Fonseca, explica que as doenças são clinicamente muito parecidas em relação aos sintomas. “Em todos os casos, os pacientes podem apresentar dores no corpo, febre e manchas vermelhas na pele. O que às diferencia é a gravidade de cada uma”, afirma.

Dengue
Além de ser a mais comum no Brasil, é também a mais grave entre as três patologias. Com curso de aproximadamente sete dias, pode causar febre alta, dores de cabeça, principalmente atrás dos olhos, dores no corpo, fraqueza, prostração, manchas e coceira na pele. “Nos quadros mais graves podem ocorrer fenômenos hemorrágicos”, explica Marise. Ela alerta que em casos extremos a dengue pode levar ao óbito, por choque, ou hemorragia.

Febre chikungunya
Foram 1.688 casos confirmados até abril. Ela pode ser transmitida, também, pelo Aedes albopictus, mosquito presente na área rural. O sintoma mais característico, além dos que são comuns à dengue, é a dor intensa nas articulações. De acordo com a professora, a dor pode durar semanas, ou em casos mais graves tornar-se crônica. “A chikungunya é menos grave que a dengue, no entanto em cerca de 20% dos casos as dores podem persistir por anos. Isso causa uma dificuldade de movimentação, o que tem grande impacto na vida do paciente”, esclarece.

Zika
Por sua vez, é a que apresenta, na maioria das vezes, o quadro mais brando. Os sintomas, semelhantes aos da dengue e da chikungunya, duram em torno de cinco a sete dias. A professora afirma que ainda não foram registrados casos graves da doença no país.

Fatores de risco
Alguns grupos tem o risco de desenvolver quadros mais graves das três doenças. Crianças, obesos, idosos e hipertensos devem ter uma atenção maior. Sangramentos de qualquer tipo, falta de ar, desidratação, queda de pressão e vômito intenso podem ser indicadores de um agravamento do quadro. Mas para todas as pessoas, a professora indica que, ao apresentar os sintomas, seja procurado o serviço de saúde.

Prevenção, diagnóstico e tratamento
A prevenção, em todos os caos, está ligada a evitar o contato com o vetor. Medidas já conhecidas, como não deixar água acumulada em latas, pneus, vasos de plantas, entre outros, se assegurar de que a caixa d’água está bem tampada e limpar calhas, previnem a formação de criadouros do mosquito.

Marise conta, também, que apenas o exame de sangue pode dar um resultado confiável. “O diagnóstico etiológico não existe. Por exemplo, a prova do laço pode ser positiva ou negativa em pessoas com dengue. Não existe nada que, clinicamente, possa definir se o paciente está infectado com algum dos três vírus. Só o exame laboratorial pode dar essa certeza”, conta ela.

Como ainda não existe um antiviral para combater nenhuma das três doenças, o tratamento indicado para elas também é semelhante, de acordo com Marise. “O tratamento nos três casos é suportivo, ou seja, são tratados os sintomas. Então a principal medida é a hidratação e, no caso da chikungunya, os analgésicos”, explica. Como as doenças são muito parecidas, a professora alerta para o risco da medicação sem indicação médica. “No caso da dengue é suspenso o uso de anti-inflamatórios e AAS, medicamentos que aumentam o risco de hemorragia, por isso ao apresentar os sintomas, é importante procurar um médico que fará o diagnóstico corretamente”, explica.