Crise, Ética e Saúde


13 de novembro de 2008


O cuidado com o paciente foi um dos assuntos que norteou a primeira conferência desta manhã no I Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG.

Para refletir sobre a “Ética no Mundo Contemporâneo” e a “Ética na Saúde”, a mesa reuniu dois renomados estudiosos da área, mediados pelo coordenador da Comissão de Ética do Hospital das Clínicas da UFMG, professor Alcino Lázaro da Silva.

O conferencista Carlos Roberto Drawin, psicanalista e professor de Filosofia da UFMG, usou do conceito platônico de que ética é investigar no logos (razão) como devemos viver para definir a crise pela qual passa o homem atual.

O corpo e o estado

Essa crise, segundo o professor, é visível principalmente na relação com o outro. “O corpo é hoje referência da ética. Mas deve-se pensar em uma ética do cuidado e da responsabilidade”, afirma o filósofo, para quem cuidar de si envolve uma relação com o mundo, com o outro. “Nossas ações têm que responder às futuras gerações”, conclui.

Segundo João Batista Libanio (foto), padre Jesuíta e professor de Teologia da Faculdade Jesuíta, a principal crise ética na saúde vem do fato de não serem os que mais necessitam os que recebem tratamento.

“O sujeito principal dessa ética é o Estado, que tem o dever de cuidar da Saúde”, diz Libanio. Mas ele lembra que a sociedade civil pode e deve pressionar esse Estado para atingir melhorias e conseguir com que os doentes sejam realmente tratados.

Finalizando o debate, os dois palestrantes afirmaram ser de extrema importância a comunicação no mundo atual. De acordo com Drawin, só com diálogo há justiça, portanto a interlocução é necessária para passar por essa crise ética em um mundo pluralista, onde cada um tem um ponto de vista diferente.

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Redação: Diogo Carvalho – Estudante de Jornalismo
Foto: Bruna Carvalho – Estudante de Publicidade