Pró-saúde planeja futuro com nova coordenação
07 de abril de 2009
A atual Comissão da Gestão Central do Pró-Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG é composta pelos professores Marco Antônio Rodrigues, como coordenador administrativo, Denise Utsch Gonçalves e Leonor Bezerra Guerra. Participam, ainda, os estudantes Aline Cristine Vieira, Felipe Bedeschi Faria e Matheus Figueiredo Soares.
A previsão de exercício é de mais dois anos, sendo que a segunda carta acordo se encerra no final de 2009 e a terceira carta acordo, no final de 2010.
Em entrevista, o professor Marco Antônio Rodrigues, explicou sobre o andamento do programa e ressaltou sua importância.
“Vale dizer que durante todo esse tempo muitos trabalharam continuamente e muito foi feito. Além disso, todo processo necessita de amadurecimento e de um ambiente propício para acontecer. Acreditamos que esse momento é chegado.”, destacou o coordenador.
O Pró-Saúde continuará Promed na Faculdade de Medicina da UFMG? O nome do Recriar continua?
O Pró-Saúde (Programa Nacional de Reorientação Profissional em Saúde) e o Promed (Programa de Incentivo a Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina) constituem projetos distintos, apesar de apresentarem objetivos e metas semelhantes.
O Promed se restringia a Cursos Médicos e previa metas em três eixos básicos: orientação teórica, orientação pedagógica e cenário de prática.
O Pró-Saúde I, por sua vez, além de se estender aos Cursos de Enfermagem e Odontologia, enfatiza o Eixo de Cenário de Prática e tem como objetivo central a melhoria da integração com o SUS local e a concretização da Atenção Primária como eixo do modelo didático-assistencial dos cursos da área de saúde.
Inicialmente, Recriar foi o nome dado ao Promed em nossa Instituição. Contudo, para toda a comunidade acadêmica, Recriar é sinônimo de reforma curricular, ou melhor do nosso processo de reforma curricular que se encontra em fase de sistematização para implantação. Portanto, mesmo que o Promed tenha se encerrado, acreditamos ser importante manter essa logomarca, em respeito ao trabalho realizado ao longo desses últimos anos e que está norteando as mudanças no nosso currículo.
Qual é a relação do projeto de reforma curricular da Medicina com o Colegiado do Curso?
O Colegiado é instância apropriada para discussão e deliberação de todas as questões referentes ao processo ensino-aprendizagem, sendo, portanto, o órgão responsável pela condução da reforma curricular em nossa Faculdade.
Para viabilizar e agilizar essa reforma, o Colegiado designou Comissão de Sistematização e Implantação da Reforma Curricular, que, desde fevereiro de 2009, está sendo também coordenada pelo Prof. Marco Antônio Rodrigues. Essa Comissão tem trabalhado com afinco na reorientação do processo de formação profissional e na reorganização de nossa matriz curricular, de modo a resolver os problemas e inadequações do atual currículo, e atender as novas diretrizes curriculares, que visam especialmente a formação de profissionais resolutivos e preparados para a atenção primária.
Todas as propostas da Comissão são encaminhadas ao Colegiado, para discussão, aprimoramento e deliberação.
O Curso de Fonoaudiologia integra o Pró-Saúde?
Sim. A Fonoaudiologia integra, juntamente com os cursos de Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Nutrição e Terapia Ocupacional, o Pró-Saúde II. A atual coordenadora administrativa da Fonoaudiologia é a Profa. Letícia Caldas.
Quais serão as principais metas de sua gestão?
A atual reforma curricular estabeleceu como eixo do modelo didático-assistencial a Atenção Primária à Saúde. Dentre as atividades práticas a serem implantadas destacam-se o Estágio de Iniciação à Prática (junto à comunidade) nos quatro primeiros períodos, as disciplinas de Atenção Básica e o Estágio de Atenção Primária (no final do Curso e integrado à Equipe de Saúde da Família), todos a serem desenvolvidos em Centros de Saúde da Rede Municipal – SUS.
Nesse sentido, o Pró-Saúde tem procurado trabalhar, desde a primeira carta acordo, na adequação desses cenários de prática. Vale ressaltar que estamos em processo de expansão das atividades docente-assistenciais para outros oito Centros de Saúde, de modo a garantir os necessários cenários de prática e a viabilizar a adequada inserção de todos os nossos estudantes na Rede Municipal de Saúde desde o primeiro ao último período.
E quais serão os grandes desafios? Quem pode ajudar a vencê-los?
Nosso maior desafio no Pró-Saúde é utilizar, da melhor forma possível, os seus recursos disponíveis de modo a contemplar as Diretrizes Curriculares Nacionais e facilitar a implantação da nossa reforma curricular. Isso só será possível por meio de uma boa integração com a Secretaria Municipal de Saúde e com os demais cursos do Pró-Saúde I e, se possível também, do Pró-Saúde II.
Para implantação da reforma curricular será imprescindível a participação de toda comunidade acadêmica. Sabemos que o trabalho será árduo, tanto por sua própria complexidade, quanto pelo fato dos processos de mudança gerarem ansiedade (de sair da “zona de conforto”) e possíveis conflitos de interesse.
Contudo, estamos confiantes, pois, acreditamos que num momento importante como esse, todos acabam se sensibilizando e privilegiando o bem comum ainda que em detrimento de seus interesses individuais. É preciso não perder de vista que a melhoria no processo ensino-aprendizagem que virá com a reforma curricular beneficiará milhares de alunos, dezenas de milhares de pacientes que vão ser atendidos por esses alunos e seus professores e milhões de pacientes que vão ser cuidados por esses futuros médicos.
Vocês avaliam que os professores e alunos veem da mesma forma a necessidade de mudança do currículo em nossa Faculdade?
Em nossa avaliação tanto os discentes quanto os docentes encontram-se interessados na implantação das mudanças curriculares e estão aguardando ansiosamente o novo currículo. E é interessante que mesmo os professores que estão se aposentando e os estudantes que não vão se beneficiar diretamente com essas mudanças têm se mostrado muito interessados. Além de vários deles terem participado ativamente nos seminários e oficinas do Recriar, todos reconhecem a importância da reforma na solução dos problemas de um currículo que já foi referência por sua excelência e modernidade, mas que acabou naturalmente acumulando distorções que precisam ser, o quanto antes, corrigidas.
Quais serão os próximos passos do Pró-Saúde na Medicina?
Os próximos passos do Pró-saúde serão:
• Definir os novos Centros de Saúde onde estaremos inseridos, priorizando aqueles onde já exista Programa de Saúde da Família e onde haja projeto de atuação da Enfermagem e Odontologia do Pró-Saúde I, considerando o caráter interprofissional da formação médica;
• Estabelecer, juntamente com os gestores do SUS, as prioridades para adequação dos cenários de prática, nessa fase melhorando prioritariamente a área física dos Centros de Saúde;
• Trabalhar de forma integrada na criação de um modelo de atenção primária e secundária, estabelecendo juntamente com os gestores do SUS, as estratégias para alcançar essa meta, por exemplo, com a definição de modelo didático-assistencial em sintonia com o modelo de atenção à saúde pública e com uma parceria na confecção de protocolos hierarquizados de atendimento;
• Viabilizar cursos, seminários e oficinas para favorecer a motivação e, principalmente, a capacitação docente, uma das metas prioritárias do nosso Colegiado de Curso.
Qual a mensagem que vocês gostariam de deixar?
Inicialmente gostaríamos de ressaltar que o Pró-Saúde, a Comissão de Sistematização e Implantação da Reforma Curricular, o Colegiado do Curso Médico, o Diretório Acadêmico Alfredo Balena e a Diretoria da nossa Faculdade estão todos muito motivados e trabalhando de forma cada vez mais integrada e harmoniosa em prol da melhoria da qualidade do nosso Curso.
Contudo, esse é um projeto de toda comunidade acadêmica, desta forma continuamos contando com a participação de todos nesse processo, seja através de críticas e sugestões, seja por meio da compreensão e adaptação às mudanças que estão por vir.