Alerta laranja: conheça os riscos da baixa umidade do ar

O ar seco favorece o ressecamento das vias aéreas, dos olhos e da pele.


11 de setembro de 2019 - , , , , ,


Imagem de Myriam Zilles por Pixabay 

O Instituto Nacional de Meteorologia publicou na última quarta-feira, 4 de setembro, alerta laranja para a região de Belo Horizonte. Isso significa que a umidade relativa do ar na capital mineira, bem como na maior parte do estado, pode variar entre 12 e 20%. A situação alerta para alguns cuidados extras com o corpo, seja nas vias áreas ou com a pele, por exemplo, para que não haja complicações em função do clima seco.

A pneumologista e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristina Gonçalves Alvim, detalha os principais problemas de saúde decorrentes da situação. “Com a baixa umidade do ar e, principalmente, em grandes cidades onde temos alta concentração de poluição, as vias aéreas costumam sofrer”, conta a médica. Ela cita a tosse, o desconforto para respirar, crises de asma, chieira, coriza e obstrução das vias respiratórias como sintomas mais comuns.

Além disso, outras áreas também podem ser afetadas pelo ar seco. A membrana conjuntiva do olho, por exemplo, pode ficar ressecada ou irritada e pode haver a sensação de coceira, o que também favorece o aparecimento da conjuntivite, segundo Cristina.

A pele é outro órgão que pode sofrer com o ressecamento. A professora explica que quem tem predisposição alérgica, como dermatite atópica, pode sentir crises de coceira e ressecamento. Em casos de maior exigência do corpo, como durante a prática de atividades físicas, esses problemas podem surgir ainda mais rápidos.

“Isso ocorre porque o indivíduo respira mais rápido nessas situações. Uma das funções que realizamos ao respirar é umidificar e aquecer o ar”, conta Cristina Alvim. Por isso, com o ar seco, é possível que o corpo não consiga a umidificação adequada e, aliado à respiração acelerada, resulte no aparecimento precoce dos sintomas mencionados pela pneumologista. Dessa forma, ela recomenda que, se feito o exercício físico, os cuidados devem ser redobrados.

Como se prevenir?

A principal recomendação da professora Cristina é o consumo de líquidos, sobretudo de água. “A chave da hidratação é sempre ingerir bastante água para manter o corpo funcionando como devido”, explica a professora. A recomendação é especialmente direcionada a pessoas que fazem uso intenso da fala, como professores; pessoas que praticam atividades físicas ou que realizam trabalho braçal; e pessoas que possuem predisposição à desidratação, como as crianças.

Além disso, uma alternativa, sobretudo por pessoas que sentem dificuldades ou queixas respiratórias no período noturno, é o uso de um aparelho vaporizador ou umidificador. Os efeitos podem variar caso a caso, mas Cristina afirma que essa é uma opção a ser explorada ao perceber a baixa umidade. Quem não tem os aparelhos específicos também pode deixar uma bacia com água limpa próximo à cama ou uma toalha molhada.

Professora recomenda a hidratação com o consumo sobretudo de água. Imagem de Baudolino por Pixabay 

Sobre o uso de medicamentos para ajudar a reduzir os efeitos do ressecamento, como hidratantes, colírios ou soros, Cristina Alvim alerta que o uso deve ser feito apenas com prescrição médica e nos casos específicos em que o profissional de saúde julgar necessário. Portanto, caso persistam os sintomas decorrentes da baixa umidade do ar, consulte os profissionais adequados.