Angola é novo país parceiro do Nupad
08 de abril de 2011
País africano de língua portuguesa será capacitado para a realização da triagem neonatal, o teste do pezinho, em recém-nascidos
A ajuda do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico, o Nupad, a países da África foi, mais uma vez, ampliada. Em um acordo firmado com recursos do Ministério das Relações Exteriores, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, Angola, país africano de língua portuguesa, passa a receber, ainda neste mês de abril, auxílio para implementação de um programa de triagem neotanal (conhecido como teste do pezinho) para diagnóstico da doença falciforme. Gana e Benim, outros países do continente, já usufruem de acordos semelhantes.
A parceria, que tem duração prevista de um ano e orçamento de 200 mil dólares, vai permitir a capacitação de técnicos para a realização do diagnóstico da doença. Estima-se que, a cada ano, 8 mil pessoas em Angola nasçam com o distúrbio.
“Nós ainda não fazemos triagem neonatal. Descobrimos os portadores quando as crianças começam a apresentar os primeiros sintomas”, contou Luiz Bernardino, diretor do Hospital Pediátrico de Luanda, capital do país, onde o projeto-piloto será executado. Em visita ao Brasil desde domingo, 3 de abril, ele, acompanhado do especialista em Tecnologia da Informação Monteiro Bila, pôde conhecer mais de perto algumas das técnicas usadas no Nupad e Hemominas para a descoberta e tratamento da doença.
“Eles vieram justamente para identificar quais trabalhos do Nupad e Hemominas podem ser aplicados em Angola”, explicou José Nélio Januário, diretor do Nupad. Pelo Núcleo, passam, atualmente, quase todos os recém-nascidos do Estado de Minas Gerais. Aqueles diagnosticados com doença falciforme e outras doenças genéticas são encaminhados para tratamento.
Nupad como referência na triagem neonatal
O projeto-piloto nasceu uma solicitação que o Brasil recebeu de Angola em um encontro de países de língua portuguesa em 2007. “O Brasil e, principalmente, Minas se destacam muito na triagem neonatal”, comentou Silma Maria Alves de Melo, consultora técnica da Política Nacional de Doença Falciforme do Ministério da Saúde, que ficou responsável pela coordenação técnica do projeto.
Sobre a doença falciforme
A doença falciforme é caracterizada pela deformação das hemácias (glóbulos vermelhos), que estão presentes no sangue, e afeta principalmente a população negra. O problema, sem cura, mas amenizado por tratamento , costuma provocar dor, destruição dos glóbulos, icterícia (olhos amarelos), anemia, úlcera de perna entre outros sintomas.