Avaliação da Capes reafirma qualidade da Pós-graduação na Faculdade de Medicina

Ao todo, 66% dos programas da Faculdade alcançaram notas 5, 6 ou 7 em suas áreas.


28 de setembro de 2022 - , ,


Foto: Arquivo/Faculdade de Medicina da UFMG.

Os resultados preliminares da avaliação quadrienal (2017 a 2020) dos Programas de Pós-graduação (PPG), realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), reafirmaram a qualidade da pesquisa e formação de pesquisadores na Faculdade de Medicina da UFMG.

Entre os resultados, o PPG de Saúde Pública se destacou com a nota 7, que é a maior possível. Com o resultado, o programa passa a ser considerado como de excelência internacional na área de saúde coletiva. O PPG de Medicina Molecular também obteve nível de excelência, com nota 6. Ao todo, 39 programas em toda a UFMG obtiveram notas entre 6 e 7.

A avaliação credita conceitos regular (nota 3), bom (nota 4) e muito bom (nota 5). Dentre os avaliados como muito bom, alguns são indicados como de excelência (notas 6 e 7) pelos avaliadores. Os critérios para excelência estão relacionados à internacionalização consolidada, que envolve receber alunos de fora do país, ter alunos de mestrado e doutorado em intercâmbio no exterior, realizar eventos internacionais e ofertar disciplinas em língua estrangeira.

Na área da Medicina são três grandes grupos de subáreas, compostos por avaliadores de todo o país. Na Faculdade, alguns PPG são avaliados por outras áreas além das Medicinas I, II e II. Um exemplo disso é o PPG de Saúde Pública, que é avaliado pela área de Saúde Coletiva.

O Mestrado Profissional em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade recebeu a nota máxima possível para mestrados profissionais, que é 5.

Outros três PPG da Faculdade de Medicina alcançaram o conceito muito bom, com nota 5. É o caso de Cirurgia e Oftalmologia; Infectologia e Medicina Tropical; e Saúde do Adulto.

A professora Ana Cristina Simões e Silva, que assessora a diretoria da Faculdade de Medicina em pós-graduação, pesquisa e internacionalização, considera que a Instituição conseguiu contornar bem os impactos da pandemia de covid-19, que se instalou no início de 2020. “No geral, conseguimos contornar bem a pandemia. O impacto ocorreu com a diminuição de campos de prática, mas por outro lado avançamos em atividades à distância. Um exemplo é a possibilidade de convidar professores do exterior para bancas de mestrado e doutorado, sem os custos de deslocamento”, pontua.

Ela destaca o peso da produção intelectual de professores e alunos da pós para a boa avaliação. “O cerne da avaliação é a publicação de resultados de Mestrado e Doutorado em revistas científicas”, explica. A professora acredita que a experiência dos PPG que já contam com internacionalização consolidada pode auxiliar os outros programas, por meio do compartilhamento de ideias e vivências.

O impacto da avaliação é sentido nos recursos financeiros (como bolsas para pós-graduandos e eventos) e nos parâmetros para criação de vagas de docentes, que fazem os PPG crescerem. Para manter o alto nível, ela avalia que é necessário uma atenção constante com a renovação de quadros, incentivando jovens docentes a se filiarem aos grupos de pesquisa e buscarem intercâmbios internacionais. Além disso, a professora Ana Simões entende que a união de forças e experiências, por meio de fusões de PPG, também pode ser vantajosa em alguns cenários.

Neste quadriênio (2017 a 2020), o resultado da avaliação foi adiado devido a uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Com a homologação de acordo entre a Capes e o MPF a avaliação pôde ser concluída e divulgada, conforme o Ofício Circular nº 51/2022-DAV-CAPES, direcionado à comunidade de coordenadores de PPG.

Para a próxima avaliação, a ser finalizada ano que vem, a professora Ana Simões entende que os principais desafios são a segurança no processo e as restrições orçamentárias. “Na avaliação do último quadriênio já estávamos em um cenário de corte de bolsas e recursos de pesquisa, tanto federal quanto estadual. Para os próximos anos esperamos um melhor financiamento para a formação de pesquisadores e desenvolvimento da ciência no país”, defende.


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