Cartilha auxilia pais e professores no convívio com o TDAH
22 de outubro de 2015
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) atinge 5,3% da população mundial. Crianças com o distúrbio apresentam pouca capacidade de concentração e dificuldades de seguir uma rotina ou as regras. Mas além dos jovens, o problema repercute na vida dos professores, já que pode ser mais difícil conduzir a sala com uma criança hiperativa, e dos pais, que muitas vezes apresentam quadros de depressão e ansiedade associados ao comportamento dos filhos.
Para orientar este público, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Medicina Molecular do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da UFMG (INCT), em parceria com a Assessoria de Comunicação Social da Faculdade, criou uma cartilha sobre a doença. O material está sendo distribuído nas escolas parceiras do Núcleo e nos órgãos governamentais que trabalham com o Transtorno.
Segundo a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade e pesquisadora do INCT, Débora Marques de Miranda, as crianças com TDAH têm dificuldade de executar tarefas e falam muito, e é importante mostrar aos pais como lidar com este distúrbio. “Já os professores precisam conhecer os efeitos do transtorno no jovem e como atendê-lo em sala aula, e esse é o objetivo das nossas cartilhas”, explica.
Um ambiente desfavorável, com famílias desestruturadas, escolas ou ambientes sociais inadequados podem aumentar os sintomas deste problema, que tem origem predominantemente genética com herdabilidade de 80%. Outro possível sintoma apresentado pelas crianças é a tomada de atitudes impulsivas, sem a medição das consequências, e por isso é comum incidência de fraturas ou acidentes nesta população.
Mas nem sempre esse conjunto de sinais indica a existência do TDAH – segundo a professora, algumas crianças que os pais descrevem como “ligados nos 220 volts”, por exemplo, podem ter um quadro transitório e benigno. Assim, o diagnóstico deve ser feito por um médico, por meio de exames clínicos e neuropsicológicos.
Para diminuir os reflexos da disfunção, o tratamento consiste em acompanhamento comportamental e medicamentoso, que atua na modulação dos neurotransmissores do cérebro. “A medicação ajuda no controle de sintomas e permite minimizar prejuízos, por isso é necessária”, explica a professora.
Quando não tratado, o distúrbio pode evoluir para problemas com grande prejuízo funcional. Um dos mais frequentes é o Transtorno Opositor Desafiador (TOD), em que o paciente apresenta grandes problemas com a autoridade dos pais, escola e sociedade. “Isso pode desencadear grandes discussões e mentiras, prejudicando as relações sociais deste indivíduo”, destaca.