Casos de apendicite aguda podem se tornar graves entre 24 e 36 horas

Conhecer os sintomas da doença é essencial para evitar que o quadro se agrave.


29 de maio de 2023 - , , , ,


* Madu Mendonça

A apendicite é uma das razões mais frequentes de dores abdominais agudas. Esse quadro pode avançar de modo rápido e é tratado, exclusivamente, por meio da cirurgia de retirada do apêndice. Por isso, é muito importante saber reconhecer seus sintomas, a fim de que seu tratamento aconteça de forma ágil. 

De acordo com o professor Clécio Piçarro, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, a apendicite é um problema de saúde pública, tanto pela alta frequência do quadro, quanto pela gravidade dos casos. “No nosso meio, a maioria dos casos são complicados, já graves. Então, é importante que o paciente saiba reconhecer os sintomas e procure um centro de urgência e emergência o mais rápido possível”, explicou.

Os sintomas mais comuns da apendicite são dor abdominal aguda concentrada no quadrante inferior direito do abdômen, náusea e vômitos. Se a dor é persistente, o paciente deve procurar assistência médica o mais rápido possível. Caso haja demora no atendimento, o apêndice pode perfurar, acarretando no surgimento de pus em toda a cavidade do abdome, quadro que é extremamente grave e pode acontecer entre 24 e 36 horas após o início das dores mais intensas.

“Toda dor abdominal persistente e que seja um pouco mais forte exige que o paciente procure uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) rapidamente, para que seu quadro seja avaliado”

Professor Clécio Piçarro

Procedimento cirúrgico e recuperação

Após o diagnóstico da apendicite aguda, o procedimento cirúrgico deve ser realizado de modo imediato, no mesmo dia ou no dia seguinte. “Assim que se faz o diagnóstico, o ideal é que o paciente seja encaminhado para um serviço em que se possa operar, tanto o adulto quanto a criança. E já nesse centro de referência começa-se o uso de antibióticos e no mesmo dia, no mais tardar de um dia para o outro, o paciente deve ser operado”, informou.

A identificação da apendicite é importante não só para o decorrer da cirurgia, mas também para o pós-operatório. O professor Clécio Piçarro destacou que os pacientes com o quadro mais brando têm uma recuperação mais ágil. Já nos casos de diagnóstico tardio, o paciente pode precisar ficar internado e precisará fazer o uso de antibióticos por um período maior de tempo.

Por fim, o professor destaca que a conscientização da população sobre a apendicite e o constante aperfeiçoamento dos profissionais de saúde para um diagnóstico precoce são medidas muito relevantes. Isso pode evitar o agravamento dos casos e facilitar o tratamento.

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana vamos conversar sobre a apendicite aguda, entendendo seus sintomas, diagnóstico e como acontece o tratamento.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Madu Mendonça – estagiária de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno