Casos de chikungunya no estado já são quatro vezes maiores do que em 2016
16 de março de 2017
Webconferência sobre chikungunya evidencia caraterísticas comuns das estratégias de prevenção e das áreas de incidência com outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
O minicurso “Abordagem atual de Febre Amarela e Chikungunya” teve continuidade na tarde desta quinta-feira, 16, com a webconferência “Abordagem da febre amarela no Estado de Minas Gerais”. Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Deise dos Santos, a ampla distribuição do Aedes aegypti no Brasil torna o país vulnerável à propagação de doenças como a febre chikungunya.
“Não dá para falar da chikungunya sem falar da dengue, da zika e, recentemente, da febre amarela. Assim, como para a dengue, é necessário que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros dos mosquitos em suas casas e na vizinhança”, ressaltou Deise. Apresentando os dados disponibilizados pela Secretaria, ela evidenciou que os estados com maior número de casos de dengue também tiveram a maior incidência de chikungunya.
No Brasil, em 2015, 3.237 casos prováveis da febre chikungunya foram notificados. No ano seguinte foram 31.581. Já em 2017, nas primeiras duas semanas, houve notificação de 10.294 casos prováveis. Em Minas Gerais, o ano de 2015 teve 31 notificações de casos prováveis, seguido por 501 notificações em 2016 e 2.296 notificações em 2017, até o mês de março.
“Percebe-se que 90% desses casos estão concentrados em três regionais de saúde do estado: Teófilo Otoni, Pedra Azul e, principalmente, Governador Valadares”, apontou. Ao apresentar o mapa de Minas Gerais com dados de cada município, ela destacou que as áreas são coincidentes com as de maior incidência de febre amarela.
Características da chikungunya
A superintendente apresentou o histórico do vírus chikungunya e os sintomas da doença. “Percebe-se que os principais sintomas são inespecíficos, sendo febre alta e súbita, dores intensas nas articulações, dores de cabeça e a possibilidade de manchas vermelhas na pele”, explicou. Ela também informou que 30% dos casos de febre chikungunya são assintomáticos e que, uma vez infectada, a pessoa adquire imunidade para o resto da vida.
“Os outros 70%, que manifestam os sintomas desenvolvem a forma típica da doença, geralmente até o decimo dia de febre. Aqueles que continuam manifestando após os dez dias entram no grupo subaguda, a qual pode durar até três meses e, mais do que isso, são os indivíduos que desenvolvem a forma crônica”, completou o farmacêutico bioquímico da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Marcos Vinicius Ferreira. Ele deu continuidade, apresentando os diferentes tipos de manifestações da doença, os sintomas específicos, além de explicar sobre os exames disponíveis e executados pelo Instituto Otávio Magalhães da Funed, o Laboratório Central de Saúde Pública do estado de Minas Gerais.
Minicurso
A realização do evento é uma parceria entre a Faculdade de Medicina da UFMG e a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A programação completa com as outras três webconferências.
Mais informações: na página do websimpósio.