Chuvas no verão pedem cuidado redobrado com a dengue


14 de dezembro de 2018


Época tem aumento de criadouros e, consequentemente, de casos da doença

*Nathalia Araújo

Especialista ressalta a importância de eliminar reservatórios de água. Foto: Carol Morena

O Aedes Aegypti, mosquito responsável pela transmissão de doenças como a dengue, zika e chikungunya, inicia o ciclo de vida quando a fêmea deposita seus ovos nas paredes de reservatórios com água parada. Por isso, o médico infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, ressalta a necessidade de atenção no período de chuva, já que a chance de se formar os recipientes é maior.

“Nessa época aumenta a infestação do mosquito, então aumenta a chance de uma nova epidemia da doença. Assim, o mais importante nesse período é eliminar, na medida do possível, os criadouros”, declara Unaí. As altas temperaturas, típicas do verão, também colaboram nessa equação, pois o mosquito se desenvolve melhor em ambientes quentes.

Ele ainda alerta que, embora haja quatro sorotipos da doença (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), somente o exame laboratorial consegue analisar o tipo exato de vírus que a pessoa está infectada, uma vez que não há diferença na evolução do quadro. “Também chamo atenção para procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, imediatamente, caso apresente sintomas típicos da dengue como febre alta e dor no corpo, para receber as orientações, o melhor tratamento e acompanhamento do caso. Quanto antes, melhor será a chance de uma recuperação mais rápida”, acrescenta.

Recomendações

De acordo como o médico infectologista, a eliminação dos criadouros é a única forma de prevenção da doença, fundamental para dificultar a procriação do vetor. Portanto algumas ações como separar o lixo em sacolas plásticas e colocá-los na calçada apenas no horário de coleta, evitando, assim, o acúmulo de resíduos e a possibilidade de recipientes de água, são essenciais. Vale destacar que até os mínimos recipientes, como tampinha de refrigerante, copo descartável e até uma sacola plástica podem acumular água e virar criadouro do mosquito.

Limpar calhas, vedar caixas d’água, pneus, barris e potes são outras ações a fim de evitar os focos do Aedes Aegypti. Atenção ainda com outros criadouros menos evidentes como vasilhas de animais, bandejas de geladeiras e ar-condicionado e vasos sanitários pouco usados e desativados também são importantes.

Outras doenças

O professor ainda ressalta o risco do período chuvoso para outras doenças que também são transmitidas pelo Aedes Aegypti, com destaque para a febre amarela, com alta taxa de mortalidade e sintomas parecidos com a dengue. “Podemos lembrar que além do risco da dengue, temos a chikungunya e a zika. Mas, o mais importante é a questão da febre amarela, que também tem essa sazonalidade do período chuvoso. Por isso as pessoas que ainda não foram vacinadas devem procurar a assistência. A vacina é a forma de prevenção mais eficaz”.

*Nathália Araújo – Estagiária de jornalismo

Edição: Deborah Castro