Com ocupação máxima de 40%, UFMG retoma atividades administrativas presenciais

Avanço à etapa 2 do plano de retorno ocorre em razão da vacinação, da adesão às medidas de controle e da melhoria dos indicadores epidemiológicos nas cidades em que a Universidade atua.


10 de setembro de 2021 -


Praça de Serviços, no campus Pampulha, antes da pandemia:
Praça de Serviços, no campus Pampulha, antes da pandemia: indicadores epidemiológicos de Belo Horizonte e Montes Claros justificam retorno gradual e seguro às atividades presenciais Flickr UFMG

Nesta segunda-feira, dia 13 de setembro, a UFMG avançará à etapa 2 do seu Plano para o retorno presencial. Com a mudança de fase, a retomada das atividades administrativas nas unidades e órgãos da Universidade estará autorizada em uma ocupação de até 40% de cada espaço físico, guardado o distanciamento de 1,5 metros entre as pessoas e o uso obrigatório de máscara, além das demais medidas de prevenção já estabelecidas. Atualmente, essa ocupação está autorizada até o limite de 20%, patamar determinado na etapa 1.

“O Comitê da UFMG de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, que é formado por um grupo técnico de especialistas, sugeriu que a UFMG passasse à Etapa 2 do seu Plano para o Retorno Presencial, decisão que foi apoiada pelo Comitê de Acompanhamento do Conselho Universitário, composto por diretores, por professores, servidores técnico-administrativos e estudantes”, contextualiza a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. “Nós nos reunimos com esses comitês, e a indicação é a de que temos, em Belo Horizonte e em Montes Claros, condições de avançar um pouco mais em nosso plano de retorno e passar para a etapa 2”.

“Tudo está sendo feito de modo muito cauteloso, com muita responsabilidade”, explica a reitora. “Os dados do momento são bons, mas sabemos que a pandemia ainda não está totalmente sob controle; todo cuidado, neste momento, ainda é necessário. É justamente por isso que estamos migrando para a etapa 2, e não para a 3, que prevê a ocupação de todos os espaços”, explica. “Recomeçaremos devagar, com um retorno bastante gradual, porque ainda precisamos vacinar toda a população: Belo Horizonte, por exemplo, já vacinou os adultos com mais de 18 anos com a primeira dose, mas ainda falta a segunda dose”, lembra a dirigente.

Neste vídeo produzido pela TV UFMG, Sandra Goulart explica as diretrizes gerais para o retorno:

Parâmetros

Publicado no início deste mês, ofício da Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH) estabelece os parâmetros para esse aumento do quantitativo de trabalhadores circulando na Universidade. O ofício instrui, por exemplo, que “a ocupação de 40% do espaço não significa retorno ao trabalho presencial de apenas 40% dos servidores da Unidade/Órgão”, mas que cada espaço deverá estar ocupado em, no máximo, 40% de sua capacidade.

Cada setor deve estabelecer escalas de trabalho em sistema de revezamento, em conformidade com as diretrizes preconizadas pelo Protocolo de Biossegurança e de Ocupação dos Espaços da UFMG, para todos os profissionais aptos a voltar ao trabalho presencial. Sobre essa escala, o ofício diz ainda que se “deve buscar o revezamento em grupos fixos para facilitar o monitoramento e controle de casos”.

Cristina Alvim: construção coletiva e multifacetada
Cristina Alvim: “formos até um pouco conservadores”Foto: Foca Lisboa | UFMG

Paralelamente, o Plano para o retorno presencial ressalta que “a autorização de uma etapa não significa que seja obrigatório haver atividade presencial na unidade. Enquanto a pandemia não for controlada, permanece válido o princípio de que quanto menos pessoas [houver] circulando, mais seguro [será]”. Caberá a cada gestor avaliar como se dará o retorno em seu órgão ou sua unidade.

A professora Cristina Alvim, coordenadora do Comitê da UFMG de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, lembra que o avanço de etapa que ocorre agora está em consonância com os parâmetros estabelecidos na última versão do Plano para o retorno presencial. “Na verdade, fomos até um pouco conservadores”, afirma a professora, tendo em vista o fato de a UFMG já ter alcançado os parâmetros para a mudança de etapa há mais tempo.

Ela destaca inclusive que, caso haja um recrudescimento da pandemia, o plano prevê o retorno às etapas anteriores. “Não acreditamos que esse agravamento deva ocorrer, mas é uma possibilidade, então somos cautelosos nesse sentido. Na pandemia, estamos sempre lidando com alguma margem de incerteza”, pondera a coordenadora, destacando com isso a importância de ser ter um plano estabelecido, que permita lidar com cada mudança no cenário epidemiológico com segurança diretiva.

Balizas científicas

Modulado pelas evidências científicas disponíveis, o Plano para o retorno presencial da UFMG visa oferecer as balizas para que a Universidade possa retomar, de forma gradual e segura, as atividades acadêmicas e administrativas presenciais em conformidade com os índices epidemiológicos do momento, tendo como foco o cuidado com a preservação da vida e da saúde.

São quatro os critérios usados para orientar o avanço entre etapas: a situação da pandemia em Minas Gerais, a situação da pandemia nas cidades de cada campus, a taxa de incidência e a tendência de incidência da doença em cada uma dessas cidades. 

O documento da PRORH, por sua vez, indica, entre outras orientações, que servidoras gestantes deverão permanecer em trabalho remoto, que servidores com fatores de risco devem ser priorizados para seguir em trabalho remoto e que haverá flexibilização dos horários de início e término de jornada (para diminuir a circulação em horários de pico). Ao mesmo tempo, o documento informa que servidores que eventualmente não tiverem se vacinado por opção própria deverão integrar as escalas e realizar o trabalho presencial normalmente.

“A hesitação em se vacinar representa, principalmente, risco para a própria pessoa, além de não contribuir para o esforço coletivo de controle da pandemia”, explica o documento, informando que a Universidade seguirá investindo na sensibilização para a importância da vacinação contra a covid-19, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal dos servidores da UFMG.

Pacto coletivo

Em Belo Horizonte, a segunda dose da vacina já foi oferecida aos trabalhadores da educação, enquanto em Montes Claros ela está sendo aplicada neste mês. Considerando esses estágios, o ofício sugere ainda aos diretores de unidades e demais gestores da Universidade “que os servidores iniciem o revezamento do trabalho presencial duas semanas após terem tomado a 2ª dose de vacina contra a covid-19”.

Com foco nos servidores que ainda não se imunizaram, a UFMG prevê a realização de campanha sobre “a importância da vacinação como um esforço coletivo e uma atitude ética” e de uma busca ativa por essas pessoas, para que o Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (DAST) possa “esclarecer dúvidas e inseguranças”.

“Vamos acompanhar a questão da vacinação”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. “Vacinação é um ato de solidariedade com o outro. Você cuida de você e você cuida também do outro. A nossa comunidade tem de aderir à vacinação, e nós vamos acompanhar isso. É uma questão ética, é uma atitude de responsabilidade social”, reitera.

Outro aspecto sobre o qual o ofício é taxativo é a obrigatoriedade de uso de máscaras em todos os espaços da instituição. Nele, informa-se que “os servidores e funcionários terceirizados que não estiverem usando o equipamento de proteção deverão ser advertidos e convidados a se retirar do local de trabalho, com o devido registro das horas não trabalhadas”. Sobre esse tema, o Plano para o retorno presencial orienta que a máscara “deve cobrir totalmente o nariz, a boca e o queixo e não deve ficar folgada no rosto, especialmente nas laterais”.

Para dar sustentação a esse aumento da presença física dos trabalhadores da UFMG em suas unidades, a Pró-Reitoria de Administração (PRA) está tratando da reativação do transporte interno e da reabertura dos bandejões e dos restaurantes dos campi, entre outras medidas relacionadas à logística e à infraestrutura necessárias para o trabalho presencial.

Bandejão à espera dos estudantes para o segundo período letivo de 2021
Bandejão no campus Pampulha à espera dos estudantes para o segundo período letivo de 2021Foto: Ewerton Martins Ribeiro | UFMG

Histórico

Com o advento da atual pandemia entre fevereiro e março de 2020, a UFMG interrompeu suas atividades presenciais e deu início, no segundo semestre de 2020, ao Ensino Remoto Emergencial (ERE), mantendo como atividades presenciais apenas aquelas consideradas essenciais para o funcionamento da instituição, como limpeza, segurança, serviços de portaria e manutenção.

Em razão de sua relação com o atendimento às demandas relacionadas à pandemia, a partir de agosto de 2020 os cursos de graduação da saúde retomaram as atividades de estágios em serviços da área, começando pelos estudantes concluintes e aumentando progressivamente as atividades práticas presenciais assistenciais e laboratoriais.

No primeiro período letivo de 2021, 11 cursos estavam com atividades acadêmicas curriculares presenciais, com foco nessa oferta de serviços em saúde: Medicina, Fonoaudiologia, Radiologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Farmácia, Biomedicina, Odontologia e Medicina Veterinária. No entanto, em março, com o agravamento da pandemia e o colapso dos serviços de saúde do país, a UFMG retrocedeu à etapa 0 do seu Plano por dois meses.

Em 17 de maio de 2021, a Universidade retornou à etapa 1, expandindo para 20% seu teto de ocupação para atividades presenciais, restringindo-se naquelas não adaptáveis ao modo remoto. Em 23 de agosto de 2021, a Prefeitura de Belo Horizonte autorizou o retorno de atividades presenciais no ensino superior, e, considerando o cenário epidemiológico da cidade e o avanço da vacinação, a UFMG deflagrou o início da etapa 2 a partir de 13 de setembro, com 40% de ocupação dos espaços.

No que diz respeito às atividades curriculares, o Plano para o retorno presencial informa que “para o segundo período letivo de 2021, com a adoção do regime de Ensino Híbrido Emergencial, serão planejadas novas atividades presenciais, de acordo com as especificidades dos cursos e unidades”. 

Segundo a reitora da UFMG, cada unidade e cada colegiado de curso está fazendo o seu planejamento, de modo a definir quais as atividades deverão ser retomadas em outubro. “Ainda vamos conviver pelo restante deste ano com o Ensino Híbrido Emergencial, em que teremos atividades remotas e presenciais, até que possamos ter segurança para voltar completamente”.

As aulas do segundo período letivo de 2021 terão início no dia 13 de outubro. Demais dúvidas relacionadas à gestão da pandemia realizada pela UFMG podem ser esclarecidas no site dedicado ao tema.

Com retomada parcial das atividades, alunos poderão voltar à Universidade, depois de um ano e meio de isolamento social
Bancada de estudo na Biblioteca Universitária: com retomada parcial das atividades, estudantes poderão voltar à Universidade depois de um ano e meio de isolamento socialFoto: Ewerton Martins Ribeiro | UFMG

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